terça-feira, 25 de maio de 2010

Ironman Brasil - Florianópolis 30/05/2010



A 5 dias do ironman Brasil 2010, eu estou ansioso.

Mas por que, se eu não vou fazer a prova?

Existem alguns motivos pra eu estar com frio na barriga:

- Em poucos dias, vou ter que me inscrever pra prova do ano que vem. Se adiar ou ficar pensando muito, acabam as cerca de 1300 vagas. Sim, tem MUITO louco no mundo. É praticamente um investimento...de alto risco. 550 dolares, pra "resgatar" em 1 ano e sem garantia nenhuma de bons resultados, seja qual for a definição de um "bom resultado".

- Em se fazendo a inscrição, o ironman começou. Não existe mais aquela distância confortável de uma coisa que ainda vai demorar muito. Um ano parece muito? O tempo é relativo! Se pra ansiedade de uma novato nessa prova, o tempo insiste em demorar 24 horas por dia, eu talvez gostaria que este mesmo dia tivesse umas 30 horas, ou mais, pra que eu pudesse ter sobras pra trabalhar, brincar com filha, namorar com a mulher e ainda sim, treinar, treinar e treinar. Passa muito rápido.

- Hoje, 368 dias e algumas horas pro Iron Brasil 2011. Não faz muito tempo, mandei um email ao meu amigo e antigo treinador, dizendo que faltavam 500 dias! Escrevi um post sobre isso! O tempo passa, parece que cada vez mais rápido, indício inequívoco que estamos ficando "experientes". Quando somos crianças, enfim, mais jovens, não ligamos pra passagem do tempo.

- Amigos, companheiros de treino ou simplesmente conhecidos estarão lá em Floripa domingo que vem, entre eles:

Cláudia - nº 1287 - já disse uma vez e vou repetir, a personificação da atleta. Tem na assessoria a imagem de CDF. Ela disse não saber por que, mas é nítido o motivo, pelo menos pra quem acompanhou a trajetória da construção do ironman dela, pelo blog (Iron 2010, diário de uma insanidade) ou convivendo com ela. Ela é dedicada, não se intimidou diante do "monstro", não arranjou desculpas pra sabotar a preparação, embora ela, se quisesse, teria inúmeras razões pra não acordar de madrugada muitos dias da semana, como por exemplo, o fato de ter 4 filhos.

César Quina - nº 369 - Se a Cláudia é a heroína, esta figura aqui é o ANTI-HERÓI. Ex-nadador (dos BONS), hoje dono de academia. Ele mesmo faz os treinos dele. Treina sozinho. "Vamos pra Maresias?" A família vai de carro...ele vai pedalando...E assim ele toca os treinos. Almoço? Amendoim, refrigerante.....e quer saber? No final dá sempre tudo certo! Disse que vai atrás da vaga pro Havaí. Torço muito pra isso.

Gustavo Foronda - nº 180 - Antigo companheiro de assessoria, apesar de não ter tido muito contato ou conhece-lo direito. Médico como eu. Outro porra-louca. Segundo consta, fez a maratona de NY do ano passado pra 3 horas e 20 minutos! Bom né? Não pro treinador dele. Nesta mesma maratona andou por cerca de 10 minutos porque meteu um ritmo abaixo de 4´/Km no começo da prova. Está com trombose venosa profunda nas pernas, está anticoagulado e continua treinando ( e correndo riscos por causa disso), mas sem saber se vai mesmo fazer a prova. Médicos.....

Anselmo - Não conheço essa pessoa. Não faço ideia quem seja e talvez nunca venha conhecer. Como ele veio parar aqui nesta lista? Ontem, aqui no trabalho, vieram me pedir uma antecipação de resultado de uma ressonância de joelho, pois o paciente estava desesperado. O ortopedista disse ser um caso cirúrgico e ele tinha uma competição de triathlon em menos de 1 semana. Com o nome dele, fui pro site da prova e achei o número de peito (não vou por aqui...se entrar em contato com ele e tiver autorização, eu ponho). Fiquei bastante sensibilizado. Na hora me veio a sensação de perda: 1 ano de treino, planejamentos, expectativas. Poderia ser comigo, com qualquer uma das pessoas inscritas. A lesão é mesmo séria, cirúrgica. Existe chance dele competir? Sim. Mas o preço pode ser alto pra recuperação ou futuras participações. De qualquer forma, vou acompanha-lo também. Parte de mim quer que ele realize o sonho, outra parte, a da razão, sabe que o melhor e aguentar a ENORME frustração e adiar. Nem tudo sai como a gente quer.

Pra TODOS, indistintamente...até pros argentinos...HAHAHAHAHAHA, eu desejo um ótimo dia no próximo domingo. Um dia em que TUDO SEJA POSSÍVEL, como diz o slogan de um ironman (anything is possible) e que todo mundo saia de lá, da ilha da magia, um vencedor, um IRONMAN.

Uma previazinha....(Marcelão...a edição do plim plim tá melhor que a da cobertura da prova do havaí?????)


1 ano....e contando!!!!!!


domingo, 16 de maio de 2010

O Que Faz Alguma Coisa ser Especial?

Existem coisas ou situações pelas quais a gente tem um carinho especial, não existem? Podem ser coisas simples, que nos lembram de algum lugar ou uma situação. Qualquer coisa!

Especificamente na faceta esportiva, que alguns de nós levam bastante à sério: o que faz uma prova ser especial, que te faz esperar com certa ansiedade e te faz ter vontade de voltar todo ano?

Todo mundo tem uma prova assim! Qual a sua?

A minha é a prova da Corpore em Ilhabela que acontece sempre no 3º final de semana de maio.

Sim é uma prova de corrida, na verdade um revezamento, mas que até o ano passado tinha uma peculiaridade: precisava de um nadador. Uma prova que percorria os quatro pontos cardeais da ilha: ao sul até Borrifos, ao leste até o alto do morro de Castelhanos, ao norte até Jabaquara e ao oeste...O MAR, onde entra o nadador!

5 corredores, 2 reservas, 1 nadador, 2 carros de apoio (de preferências com motoristas não participantes da prova), largadas por baterias muitas vezes antes das 5 da manhã. Uma prova DURA. Quem conhece Ilhabela sabe o que estou falando. Muito morro, muito borrachudo. Além disso, uma prova que exigia uma logística complicada: muito planejamento para divisão dos trechos, uso dos reservas, estratégias, alimentação, etc, etc, etc..

No final da prova, o último trecho com todos os membros das equipes correndo juntos, passávamos pela vila (o centro de Ilhabela), guiados por um batedor da polícia do exército de Harley Davidson, normalmente com o sol se pondo atrás da serra do mar, muita gente nas ruas de paralelepípedos, nos bares, nos hotéis fazendo bagunça e um fim triunfal, ao som do Tema da Vitória ( a musica do Senna).


A prova em si, é o motivo dela ser tão especial? Até poderia ser. Como falei, é uma prova e tanto, mesmo a Corpore tendo mudado o formato para comemorar a 10ª edição e MUITA coisa que eu descrevi não existir mais a partir deste ano.

Se a competição em si não a torna especial, então o que é?

O local talvez?

Sem a menor sombra de dúvida, Ilhabela é um lugar mágico! Um lugar que consegue ter praias lindas, mesmo a maioria delas sendo viradas pro continente, banhadas pelo canal de São Sebastião e petroleiros serem recorrentes no seu campo de visão. Ainda tem a vila, suas lojas, suas fachadas...

Antigamente (leia-se SEM FILHA), eu esperava ansioso para poder chegar lá, ir à praia, fim de tarde na vila, jantar em restaurantes gostosos, vinho, namorar...Oh BONS TEMPOS!!!! Hoje em dia, a gente ainda faz boa parte disso, mas temos que pensar em horários de almoço e jantar, horários de sol, não esquecer de forma nenhuma repelente, protetor solar, entre tantas outras coisas!



Ainda assim, a ilha está lá 365 dias por ano à espera.

Então, o que poderia ser?

Sem mais enrolação, eu digo o que torna essa prova especial pra mim: AS PESSOAS



A amizade, o companheirismo, a confiança que esse tipo de prova proporciona, é umas das principais razões pra essa prova ser especial.



Wagner, Osvaldinho, Robertinho, Melina, Danilo, Felipe, Carlos, Hayata e todos os outros que já passaram por nossa equipe para essa prova (finalmente com um nome definitivo), os PATOLINOS (por causa do improvável guardachuvas com cabo de patolino da irmã do Danilo...hum...sei!).

Ano que vem tem mais, mesmo a 15 dias do Ironman Brasil, torcendo pra Corpore voltar ao antigo formato, com natação!


domingo, 9 de maio de 2010

Parabéns Mamãe


Que tudo seja sempre uma grande e divertida brincadeira! Amo vocês

Parabéns Mamãe. Meu e da Jujuba


sábado, 8 de maio de 2010

Ressaca pós Maratona

A semana foi de ressaca pós prova.

Dizem os especialistas que o ideal é manter uma atividade pra acelerar a recuperação, mas e a vontade pra isso?

Na segunda, pela primeira vez em meses, não fiz absolutamente nada relacionado a natação, bike ou corrida e não fiquei com menor peso na consciência.

Na terça, dia de testes....acordar as 4:40 da manhã, pedalar com o novo time, dar conta de voltar pra casa, tomar banho e cruzar a cidade pra trabalhar (e ver que horas eu iria chegar).

Na quarta, mais testes, agora o de natação na ESPETACULAR academia da Reebok Vila Olímpia e mais uma vez a corrida contra o tempo pra chegar ao trabalho.

Quinta e Sexta, mais preguiça...melhor, sexta com direito a uma coisa que há muito tempo não acontecia...vinhozinho!

Considero este sábado (08/05) minha estreia na nova casa, a MPR. Estava até meio ansioso, mais do que na terça, que foi um teste, não um treino.

Acordei cedo, mesmo pros meus padrões. Queria estar antes do horário combinado pra poder montar a bike com calma.

O treino eram 40 Km, dividido em 4 x 10 Km (cambio fixo, 7,5 Km com 105/110 rpm e 2,5 Km com 95 rpm) seguido de uma corridinha leve de 6 Km. Divisão por pelotes e a sensação de ser aquele que sempre é escolhido por último no time da escola...hahaha.

A sorte é ter o Felipe por perto pra te fazer esquecer a sensação de solidão no meio de TANTA gente. Ainda não rolou um treino em conjunto com a panelinha da Cláudia, nem a famosa padoca. Quando digo panela...é mesmo uma panela. O Fábio na hora de dividir os grupos nem ousou em separa-los. O negócio é se esforçar BASTANTE pra sair do grupo do "resto". Puxei o pelote mais de 70% do tempo...hahahah. Tava me achando!

As impressões desse primeiro contato são as melhores. A estrutura é ENORME, mas nem por isso, a gente se sente deixado de lado.

Logo na segunda feira pós maratona, recebi um email do Emerson (novo treinador) perguntando sobre a prova. Na terça, SURPRESA, no meio de umas 40 pessoas, ele ainda lembrava meu nome. Na sexta, uma ligação dele, preocupado que eu estivesse treinando por minha própria conta, correndo o risco de uma lesão. Gostei.

No treino hoje, tem uma pessoa que anota seu desempenho depois do treino (distância, tempo, frequência). Apesar do número ENORME de pessoas, o clima é bem descontraído, todos se conhecem pelos nomes e sim...tem os intocáveis...os pros, mas tudo bem. Eles ficam no mundo deles e eu no dos mortais.

Acho que vou gostar muito. Pela primeira vez em todos esses anos, sinto que estou sendo treinado pra triathlon.

Que venham os treinos pro Ironman 70.3 Penha.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

15 Anos Depois




Hoje foi engraçado.

Muita gente entrou aqui esperando o relato da prova. Normalmente o blog é mais visitado quando eu ponho no twitter ou no meu orkut, dizendo que tem post novo.

Desta vez, muita gente entrou e não encontrou. Mas CALMA, terminei (e bem) e estou me sentindo muito aliviado. Por ter cumprido meus objetivos, por ter encerrado os treinos pra maratona, por voltar a pensar em triathlon.

SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA

Minha história com maratonas começou há 15 anos. Essa é a história que há tempos estou devendo.

Em algum dia do ano de 1995, o Cláudio, meu treinador chegou na academia (na época ele era professor de natação) e desafiou: Vamos correr a maratona de SP?

Ele só podia estar maluco. Nunca tinha feito nenhuma prova acima de 10 Km.

Mas era sério.

Em outubro de 1995, estávamos no centro da cidade para a largada da nossa 1ª maratona (e também da 1ª maratona de SP).

O percurso era muito diferente do de hoje, leia-se MUITO pior. Saia do centro, Marques de São Vicente, Sumaré, Cardeal, Pedroso de Morais, ponte do Jaguaré, bairro do Jaguaré e por aí ia, até passar pelos TRÊS túneis, inclusive o A. Senna, disparado o pior dos 3).

Passamos os primeiros 10 Km abaixo de 50 minutos e achando que iríamos terminar em pouco mais de 3 horas....muito fácil esse negócio de maratona. O fato é que a distância foi passando, tudo começou a doer e no Km 32, a casa caiu! Andamos por mais de 1 hora, pra cobrir menos de 3 Km. Voltamos a correr no 34º ou 35º Km, sem absolutamente NADA pra oferecer aos músculos exaustos.

Cruzamos a linha de chegada com 4:30' e ainda lembro um fiscal dizendo: "Pô, esses caras que terminam agora sofrem muito mais do que quem termina em 2 horas e pouco....

SIM! O sofrimento rendeu a perda de algumas unhas, 7 dias sem andar e um trauma que durou todos esses anos. NUNCA mais faria uma maratona.

Um trauma e uma frustração: Nunca conseguiria fazer um ironman...um sonho desde aquela época.

Com o tempo, a gente aprende algumas coisas, como ser mais paciente e esperar a hora certa pra tudo.

O Cláudio especializou-se em maratonas, virou técnico do Pinheiros e da seleção brasileira.

Em 2009, treinando pra meia maratona (seria a do Rio, mas me contentei com a da Praia Grande mesmo...HAAHAHAHAHA), Percebi que poderia fazer um meio ironman, por que não?

Falei pro Cláudio dos meus planos. Ouvi dele o seguinte: Meio IM é obrigação, seu desafio é o IRONMAN. Mas pra isso você vai ter que rever sua promessa de não mais correr maratonas.

Comprei o desafio.

Queria correr uma maratona antes de começar a treinar pro iron. Vendo o que poderia ou não fazer, decidi correr São Paulo. Tinha que derrubar meus traumas!

Foram 16 semanas de treino duro. MUITO duro. Muitas vezes cheguei em casa de 4ª a noite tão exausto que mal conseguia falar. Dormia deitado no sofá enquanto a novela passava. Ouvi de um colega de treino uma frase que era perfeita: muitas vezes durante a preparação eu seria mais IRON do que MAN....e é verdade!

Vamos à prova de 2010:

Acordei 5 horas da manhã pra comer macarrão na manteiga...o começo foi duro...mas depois até achei bom esse café da manhã esdrúxulo.

Acordei de novo as 6:30, repassei tudo o que eu iria usar, me troquei e fui de carona com a Vivi pra estação de trem do Jaguaré/ Villa Lobos. Mais uma descoberta do dia: andar de trem.

Na estação conheci a Dayse, uma amiga da minha amiga (até hoje) virtual Cláudia, do blog. Conversamos todo o caminho e quase perdemos a estação. Ela também vai pro iron no ano que vem.Como se nos conhecessemos há tempos, nos despedimos e fui atrás do Leandro, que estava me esperando.

1º stress. Ele estava do outro lado da rua. Impossível atravessar. Fui correndo pra passar debaixo da ponte e chegar até ele.

Ouvi dele a maior e melhor orientação pra prova: Você treinou, você sabe o que fazer. Não faça nada a mais, nem a menos.

E la fui eu pra prova.

Na hora da largada, aquelas imagens que vão ficar pra sempre: o céu azul, a lua "indo dormir" à esquerda e os balões verde e amarelos ganhando altura, enquanto a galera se agitava pra começar a correr.

Nessa hora, tava mais pra São Silvestre do que pra maratona. Muita gente, muito acelera e para, zig-zag....péssimo!

Só achei a primeira marcação no Km 3 e estava quase 2 minutos atrasado.

Depois, já na marginal, já consegui me posicionar e entrei no ritmo. Fui convencido na última semana que 5'30"/Km era muito pouco pro que eu tinha treinado. O meu querido treinador, que descobri ter feito curso com a mãe Dinah, profetizou: "seu ritmo vai ser entre 5' 15" e 5'20"/ Km. Em determinadas horas você vai se sentir tão bem que vai querer puxar...CALMA....o final de prova vai subir muito esse tempo por causa dos túneis. Use a cabeça".

Dito e feito. Pelo 10º Km estava rodando a 5'10", 5'08"/ Km, fácil!

No 13º Km, a tão esperada hora da família, com um cartaz de CORRE, CORRE, CORRE PAPAI, a frase da Júlia quando me vê de uniforme de treino...Passei por eles mais 2 vezes, uma delas com o toque na mão da Jujuba (foto acima) e a última, na metade da prova, quando efetivamente começou a MARATONA pra mim.

Entrei na USP sentindo um pouco a coxa esquerda. Não era uma dor que me fizesse diminuir o ritmo, mas preocupava.

Na politécnica passei pelo pessoal dos 25 Km, recebi o apoio importante de amigos, em especial do Rodrigo que estava na grade, esperando eu passar! Essas coisas são muito importantes nas horas que o corpo começa a te dizer que você é insano em continuar insistindo!

Entrei e saí da USP de novo e a partir do 32, com a escolta do Leandro.

Não preciso dizer a importância desta companhia nessa altura da prova. Ele me deu a 3ª mamadeira especial (receita olímpica...hahahahaah) e disse que meu tempo até alí era pra 3:45'. Trocamos mais algumas palavras e segui meu caminho, muito concentrado. O que me esperava era o desafio mais difícil do dia...os TÚNEIS.

O primeiro, o Jânio Quadros, me assustou. Uma longa decida (que era subida no início da prova) e depois uma ladeira íngreme, com um platô no meio. Ritmo caiu pra 6`11"/ Km.

O segundo, Tribunal de Justiça parecia um cenário de guerra. Muita gente andando, muitos jogados na lateral, com dor. Cena ruim pra quem já está querendo jogar a toalha.

Meu estímulo era o Leandro. Não ia dar o gostinho de ser chamado de chorão. Só pararia no final!

E segui, firme. Entrei na República do Líbano, estátua do Brecheret, Assembléia...LINHA DE CHEGADA!

3:47'30", média de 5'23"/ Km, 628º colocado no geral masculino, como se isso tivesse alguma importância!

Alí, sozinho no gramado em frente ao Obelisco, senti uma emoção que acho que nunca tinha sentido. O ar não entrava, sentia que ia desabar chorando sem nem saber o motivo. Não tem motivo. A sensação é indescritível.

Sentei, tirei o chip do meu tênis, enxuguei o rosto torcendo pra que ninguém estivesse vendo e fui atrás do meu troféu. Minha medalha.

Liguei pra família e depois pro Leandro e fui dar um grande abraço nele e no Cláudio, que estava lá só por minha causa. O técnico 3º colocado no feminino com a Adriana, estava me esperando. Sei que não vou ter mais isso daqui pra frente, pelo menos no próximo ano.

Agora, só me restava ir embora! Encontrar minha torcida fiel e barulhenta e comer...comer muito!

Meu 1º leão está no chão! Ganhei dele com sobra, o que não quer dizer que tenha sido fácil!

O caminho é longo e sei que falta muito.

Apesar de ter muitos motivos pra ficar feliz, meu resto do domingo foi de muita reflexão. Preciso ainda ter uma conversa e botar minhas cartas na mesa. E não vai ser fácil. Tenho muito respeito e admiração pelas pessoas que fizeram parte dessa conquista

Sei que a longo prazo, minha escolha vai me recompensar. Não imagino um ciclo de treino pro ironman, passando pelas etapas que passei pra chegar ao meu topo do mundo. O triathlon não é uma união de 3 esportes e sim um esporte único. O melhor atleta de triathlon não se faz com os melhores técnicos de natação, de ciclismo e de corrida...mas sim com o melhor técnico de TRIATHLON.

Esse é meu esporte.

Esse aí embaixo é o meu pódio