A cada quatro anos a cena se repete: atletas vencedores realizados subindo ao pódio e colhendo os frutos de anos de dedicação e abdicação.
Muitas dessas cenas são emocionantes, pelo menos pra mim, pois de alguma forma mostram que valeu à pena.
Hoje mais uma dessas cenas aconteceu e vai rodar o mundo.
Uma menina loirinha com cara de adolescente, dentes grandes e ainda separados soluçava antes de receber a medalha de ouro conquistada ao vencer a final dos 100m peito.
Acho legal esse tipo de reação emocionada, normalmente vista em "medalhistas de primeira viagem". Depois os egos inflam, o topo deixa de ser aquele lugar tão esperado pra virar o lugar menor diante da grandeza do "super atleta".
Só uma coisa era diferente de tudo o que já tinha visto.
A lituana Ruta Meilutyte tem só 15 aninhos recém completados!
Em Pequim há 4 anos, ela tinha 11 anos. Idade na qual uma porcentagem esmagadora das crianças estão "preocupadas" em brincar, em comer chocolate ou qualquer outra coisa (que com 40 anos não vão poder sem arcar com as consequências), ou então arrumar desculpas pra justificarem alguma travessura.
Partindo do pressuposto que não se faz um campeão olímpico em apenas 4 anos, o que mais então, foi tirado dessa menina?
Na arquibancada, a mãe da pequena grande Ruta chorava como a filha, segurando uma bandeira da Lituânia.
Não quero que ninguém me entenda errado. A imagem da campeã olímpica soluçando como uma criança que ela é, foi linda e vai ser uma das imagens marcantes desses Jogos Olímpicos, mas....de quem era esse sonho?
Como se enfia na cabeça de uma criança de menos de 10 anos que ganhar uma medalha de ouro nas Olimpíadas é mais legal que uma boneca da Barbie? Ou então de se entupir de chocolate ou pipoca?
Quem tem filhos, que se ponha a pensar.