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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Dick Vigarista

Vácuo

vá.cuo adj (lat vacuu) Que não está ocupado por coisa alguma; que nada contém; vazio, despejado. sm 1 Fís Espaço no qual não há pressão atmosférica. 2 Esvaziamento absoluto ou quase absoluto, ou rarefação externa de ar ou de gás. 3 O espaço vazio que se supõe haver entre os corpos celestes. 4 O espaço de tempo em que alguém está desocupado. 5 O aborrecimento, o enfado que, para o espírito, resulta dessa fastidiosa ociosidade. 6 Sentimento penoso de privação. 7 Privação determinada pela ausência. V. final Fís: a menor pressão que se pode estabelecer em um sistema em que se produz o vácuo. Fazer o vácuo em torno de alguém: isolá-lo dos demais.



Será que VÁCUO é uma boa palavra para descrever a situação da foto, à luz da definição do vocábulo acima descrita?

Domingo foi dia de Long Distance de Caiobá, prova com distância meio ironman (dizem que o pedal não tem 90 km, o que não dá pra entender, afinal é feito em grande parte na estrada).

Além da boa notícia da quinta colocação na categoria M30-34 de mais um louco da “turma” (louco no sentido de dedicado), o Pedro Fernandes, pipocaram protestos sobre vácuo na prova.

Acho engraçado, sabia?

Em primeiro lugar vou fazer um exercício pra tentar entender a situação.

Todo mundo que pedala em grupo sabe que existe uma enorme facilidade em se pedalar na zona (de vácuo) logo atrás do seu amigo que pedala à frente. Quanto mais gente na frente, mais fácil é. Dizem que até quem vai na frente se beneficia do pelotão pois o movimento turbulento do ar que iria atrás é atenuado pela massa de gente na rabeira do pelote.

Em números, para alguns amigos administradores e engenheiros: Perto de 30 km/h, 80% da força que fazemos é para vencer a resistência do ar. Mais números: quem vai atrás no pelote pode fazer até 40% menos de força do cara que tá lá com a cara no vento.

Então, o vácuo no ciclismo em provas de triathlon, beneficia muito o “dick vigarista”.

Bom, esses são os fatos. Vamos às argumentações.

Como advogado do diabo (no caso, o diabo é o vácuo), vamos ver sob o aspecto da organização (sempre a organização....).

O cara que organiza a prova, além de todo o lado de promotor do esporte e toda a coisa bonita que se pode querer atribuir a ele, nada mais é do que um cara que quer ganhar o máximo de dinheiro que puder. É um negócio. É o trabalho dele.

O Ironman Brasil tem ao longo dos anos despertado um interesse cada vez maior e na verdade, é uma tendência mundial. Aqui, o tal “limite técnico” de participantes que o Galvão anuncia a cada ano, tem se esticado. Já perceberam? Há uns 3 anos, o número de 1500 era o máximo de pessoas que a prova comportava. Em 2012, teremos quase 2000 pessoas.São duas mil pessoas que se acotovelarão na largada da natação, que pedalarão juntinhas pelos 90km das duas voltas pela bela Floripa e que correrão um pouco mais espaçadas, mas lá...juntinhas por Jurerê e Canasvieiras. O vácuo é uma questão de espaço físico.

Não cabe!

Veja em Penha. Quase 1000 pessoas em um circuito de 3 voltas de 30 km! NÃO CABE! Situações de vácuo são inevitáveis, quer sejam voluntárias ou involuntárias.

Mas, da mesma forma que bairros horizontais são transformados em verticais na enorme sede dos empreendedores imobiliários, sem se levar em consideração como vai ficar o trânsito na região, ou se em qualquer chuva de verão, a rede elétrica não comporte o enorme aumento da demanda de energia, como acontece por exemplo NA RUA ONDE EU MORO em São Paulo, os srs. organizadores de prova estão se lixando pra tal “essência do esporte”, as regras, etc. Bota lá um monte de fiscal, instruídos a serem mal humorados em cima de motos; avisa que vácuo é quem vai a menos de 7 ou 10 metros de distância do cara da frente e sai distribuindo riscos vermelhos diagonais nos números “dos caras”.

Pronto, defendido o lado do vácuo.Agora vamos para o outro lado.

Tem gente que faz de propósito e assume.

Tem gente que faz de propósito e nega...e ainda participa de grupos na internet à favor do triathlon livre de vácuo.

Tem gente que faz de tudo pra não fazer, mas se vê em situações de vácuo durante toda a prova, quer seja porque tem sempre o espírito de porco que passa a prova inteira fazendo força pra te ultrapassar e estaciona na sua frente quando consegue e você não consegue se livrar dele; quer seja porque você é engolido pelo pelotão; quer seja porque tem sempre muita gente à sua frente ou à suas costas!

Eu não gosto do vácuo. Já fiz um post sobre isso. Não gosto porque gosto de bikes de triathlon com sua geometria feita para aproveitar ao máximo todos os aspectos aerodinâmicos que a física pode proporcionar. Gosto da posição aero nos clips. É plastico, é bonito! Sem contar que tem sempre um imbecil que pedala clipado atrás num pelotão e derruba todo mundo como num dominó gigante.

Não gosto da dinâmica das provas com vácuo permitido, como vimos na sexta passada pela TV. Para mim o maior atrativo da prova foi saber que o Macca estava competindo e foi o primeiro australiano a chegar. De resto, achei uma chatice só!

Faço de tudo pra ficar longe de pelotões. Nunca fui punido e faço triathlon desde 95! Como falei antes, claro que a todo momento me vejo em situação de vácuo. Em toda prova isso acontece. Cabe a cada um porém, saber recuar e atacar na hora certa!

Faz parte do jogo.

Não dá pra simplesmente ficar na retórica vazia do discurso “eu sou contra o vácuo” e depois sempre aparecer nas fotos no meio de um enorme grupo.

Claro...isso se houver espaço para se pedalar fora da zona de vácuo, não é mesmo senhores capitalistas do nosso esporte!?!?!?!?!?!?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Desde o início

CALMA....

Não vou contar meus 37 anos de história.

Tudo bem....existem passagens desta história que nem diretores do James Bond...ou pior, de novela mexicana, teriam coragem de incluir nos seus roteiros...mas...isso já são OUTROS 500...

Clichezão dos atletas blogueiros é contar como "cairam" nessa vida. Então agora é minha vez:

Não...nunca foi obeso, sedentário, nunca passei por sustos por causa da saúde, alimentação, etc, etc, etc....

Como já disse em outro post, já joguei futebol de salão na ACM da Nestor Pestana (Centro de SP), já nadei naquela piscina também e até hoje lembro bem de como era quente e de como cheirava a cloro aquele ambiente. Também lembro da dor que sentia quando tentava chegar até o fundo dos seus 3 ou 4 metros de profundidade (muito tempo depois, quando fiz curso de mergulho, aprendi que corri sérios riscos de romper meus tímpanos).

Em 1984, a seleção de volei do Willian, Renan, Montanaro, Bernard, Xandó, Amauri, Bernardinho e outros, levaram a prata em Los Angeles....começava minha carreira de jogador de volei...

A natação era uma constante...e não era exatamente o que eu mais curtia.

Depois, veio colegial, vestibular...PAU no vestibular e enfim, cursinho, em 1991.

De todas as atividades, só a natação (no Takeda da Heitor Penteado) continuava a fazer parte da minha vida esportiva. Nesse momento, houve uma mudança de postura (minha). O que era obrigação, passou a ser prazer. Era o único momento do dia, às 3ª e 5ª no final da tarde, que eu não estava sentado com a cabeça enfiada num livro.

Entrei na faculdade...UUUFFFFFAAAAA.

Logo de cara, competição entre calouros das principais faculdades de medicina. Queria voltar a jogar volei, no ALTO dos meus 170 cm, sem saber que alguns anos antes, os treinos nos escadões no ginásio da piscina do DEFE da água branca, com 3 Kg de peso em cada tornozelo e as vezes uma bola de areia de 5 Kg nos braços, pra compensar minha baixa estatura, foram responsáveis por eu, hoje, correr com duas indefectíveis faixas nos meus joelhos.

Eis que um grande amigo de infância aparece com uma novidade que iria mudar minha vida. Isso, em 92 ou 93.

Ele chegou todo animado, dizendo que tinha feito uma prova de natação e corrida, que chamavam de biathlon e era SENSACIONAL.

Eram tempos dos biathlons do Pinheiros, do Projeto Áqua...quando o Mansur saia sempre quase 2 minutos atrás da água e ganhava heroicamente. Quando o Felipe Pitta, o Eduardo Akira e o Adriano Bastos corriam na categoria de 13 a 19 anos.

Saí do Takeda, fui pra Aquasport, na Vila Madalena, nadar com o GRANDE Sílvio Kestner, o recordista dos 1500m borboleta da piscina do Pinheiros.....e com um tal de Cláudio Castilho, na época um moleque no 2º ano da faculdade, que as vezes chegava atrasado ao trabalho porque saia da aula em Mogi e dava um pulo na praia pra pegar onda...

Em 94 as provinhas de biathlon rarearam. Provas de natação, só os torneios masters....

O negócio era comprar uma bike! Vamos fazer TRIATHLON!

Ou você comprava uma caloi 12, que pesava uns 300 Kg ou comprava Trek ou Specialized, gastando uma grana violenta. Eu era "PAI"trocinado.

Por 482 reais, convenci meu pai a me dar uma caloi 12 laranja. Era pesada, tinha rodas tubulares, aro 28...mas era o que eu tinha. Comprei capacete, clip, cateye. Fiz um esforço de economia e comprei um pedal look, que acho que era 3 vezes maior que o meu atual Look Keo.

Em 95 estreei no troféu Brasil, em Santos. Fiz também provas na USP (quando não era parte do troféu Brasil), Internacional de Santos, Caiobá. Ficava puto se saia da água acima de 11 minutos, sofria, como sofro até hoje, em cima da bike....mas corria fácil...já cheguei a fazer 5 Km em menos de 19' em uma prova, o que era realmente muito bom, na minha opinião.

Lembro que em Santos, meu termometro era na saída para a corrida. Dependendo do momento que eu cruzasse com a Fernanda Keller (ela em direção à linha de chegada), eu sabia se estava bem ou mal.

Até que o dever (leia-se 5º e 6º anos da faculdade) me fez dar um tempo....

Voltei a fazer provas em 98...ano que fiz o serviço militar obrigatório como médico, na aeronáutica. Trabalhava das 8 as 11 da manhã..o resto eu treinava....

Como tudo que é bom acaba, em 99 fui fazer minha residência. Volta à vida de plantões, etc...

De 1999 à 2007, continuei a nadar, a correr...principalmente por causa de uma prova...Ilhabela Terra & Mar Adoro (adorava) esta prova. Este ano, a CORPORE mudou o esquema, tirou a natação, dividiu a prova em 3 e acabou a magia. Adorava o pretexto da prova pra ir pra Ilhabela...

Depois que a filhota nasceu, fiquei mais de 6 meses lambendo a cria, sem a menor vontade de fazer NADA!

Até que um dia, o Cláudio Castilho, hoje o respeitado técnico de atletismo do Pinheiros, da seleção Brasileira no Pan do Rio, Mundial de Berlim e Olimpiadas de Pequim, foi me buscar em casa: "Agora chega né doutor DuBlois".

Coloquei como meta a meia do Rio em 2009....Pensei: se tenho como meta a meia do rio, então consigo fazer um meio ironman.

Não satistisfeito, ouvi do mesmo Cláudio: Meio ironman é obrigação....seu desafio é o IRONMAN.

Mas correr uma maratona?????????

Eis aqui um ser que dorme e acorda pensando em ser um ironman.

Por que do trauma de maratonas?????? Em breve. Basta saber que a culpa é do meu querido amigo e treinador...na época, o moleque que pegava onda no horário de trabalho....


Claudião..o 2º da esq. p/ dir. Eu, último da dir.

Eu, Leandro Macedo e o Patrick (finiiiinho)

Saída do mar em Caiobá 1996.


Famosa Caloi laranja, Caiobá 1996

Sim.....eu tinha cabelo comprido...KKKKKKKKKKK

Não...a primeira foto não é minha....é minha princesoca, na foto mais linda que eu fiz (entre as mais de 5000 desde que ela nasceu), pouco tempo depois de ter vindo ao mundo