sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ironman Brasil: Semana 8 - Ironwife



Vou tomar por empréstimo um sensacional texto escrito pela Fernanda Damy Haybittle, esposa do Roger Haybittle, que treina na BK, aqui em Sampa. O cara é ironman já com certa experiência (7 irons nas costas) e ela por tabela, ironwife experiente, o que faz com que ela veja as coisas de uma forma bem interessante. Vou transcrever (sem as fotos que acompanham o texto, em respeito à privacidade deles), mas o original está no blog dela, que fala de muitas coisas e merece ser lido.

Aí vai. Divirtam-se:




Meu marido é um Ironman. Isso para muita gente pode não significar absolutamente nada – afinal, o triathlon não é um esporte super divulgado no país do futebol, e nem sua prova mais importante disputada por aqui, o Ironman Brasil, é transmitido ao vivo nem tem cobertura on line, a não ser da própria organização.
Já para quem circula no mundo esportivo, isso é muita coisa. Os Ironmans têm mesmo aura de super-heróis, de imbatíveis, indestrutíveis… O Ironman é a Gisele Bündchen das modelos, a Fernanda Montenegro das atrizes, o Maradona dos Argentinos. Mas, dentro de casa, a coisa é bem menos glamorosa do que parece, mas nem por isso deixa de ter sua graça.
Eu não me apaixonei por um triatleta – na época, ele gostava de esportes, mas praticava vários e o triathlon era só mais um deles. Futebol, tênis, corridas de rua e motociclismo estavam entre os demais. Eu acho que isso nunca aconteceria (me apaixonar por um triatleta), já que vejo o esporte de maneira diferente: para mim, é só mais um meio de manter a forma e a saúde, assim como fazer uma dieta balanceada ou beber muita água. Mas ele não é assim, é um sujeito superlativo: enorme de alto, voz de trovão, apetite de guerrilheiro das Farc e uma disposição que, se ele fosse da balada, eu teria certeza de que ele andava tomando êxtase.
A coisa começou a ganhar corpo quando ele teve uma hérnia de disco e ficou meses sem praticar nenhum esporte, e logo depois precisou ser submetido a uma cirurgia que não poderia ter dado mais certo. Nesta época, começou a treinar muito mas isso em nada me afetava – até eu engravidar. Sim, ficou contente, mas logo fez as contas: o moleque iria nascer bem no final de maio, época do Iron de Floripa!!! O primeiro Iron a gente nunca esquece. Nem o atleta, nem a esposa. Fiquei tão brava com essa preocupação que nunca deixei o miserável me acompanhar a nenhuma consulta médica, e nem dava boletins do crescimento do bebê nem das previsões quanto à data do nascimento. SÓ DE RAIVA. Eis que a data foi se aproximando e eu com aquela barriga minúscula e muda quanto à data. Quando faltavam 15 dias pro Iron, tive uma consulta com o obstetra e ele fez questão de ir. Tonta, achei que ele estava querendo saber se estava tudo certo com o bebê, mas o papo foi assim: “Dr., eu tenho duas viagens neste mês e só estarei aqui entre os dias 18 e 23 de maio. Faz esse menino nascer nesse período pelamordedeus!!”. Ele deve ter feito uma mandinga tão brava que eu tive um problema na placenta e Tom nasceu no dia 20/05/2002. Dia 23, eu ainda na maternidade (fiquei até dia 25), ele mandou entregar uns chocolates pra mim e se mandou pra Floripa. Depois tem gente que estranha que só tivemos um filho.
Daí em diante, vi que estava numa guerra em que não escolhi entrar, mas já entrei derrotada. Assim como todos os fanáticos, ele pôs na cabeça que não poderia mais passar nenhum ano sequer sem fazer a tal prova, e a minha vida familiar passou a se dividir entre os “treinos antes da prova/ as provas-treino/ a prova/ a gripe após a prova/ e o recomeço dos treinos pra prova do próximo ano”. Todos os dias, ele acorda no meio da madrugada para pedalar. Depois, musculação. À noite, natação e corrida. Graças a Deus que nesse meio tempo ele trabalha – falida eu não agüentaria nem um mês disso. Mas temo muito pela nossa saúde financeira, já que anualmente cifras impublicáveis são gastas com inscrições, passagens, hospedagens, treinos e elas – as bikes. Uma vez perguntei por curiosidade quando custava cada bike, e ele foi taxativo: “Melhor você nem saber, Broto”.
Eu sou o Broto. Sou mundialmente conhecida como tal, já que para todo e qualquer problema que aconteça comigo, em nossa casa ou no planeta, a resposta é sempre a mesma: “Tranqüilo, Broto”. Até nossos amigos, todos atletas, tri ou não, me chamam de Broto. Estes mesmos amigos, a quem antes de conhecer eu chamava carinhosamente de “Turma da Granola”, adoram ouvir a infinidade de histórias absurdas que eu vivi por conta da mania dele de treinos.
Tirando o clássico de me deixar na maternidade, ele ao longo dos anos foi aprimorandosua técnica de me enrolar, mas como uma piada de mau-gosto (pra ele) do destino, eu sempre acabava descobrindo suas falcatruas. O seminário de trabalho em Mônaco era, na verdade, a Maratona de Berlim. No dia do aniversário de quatro anos do nosso filho, a quem ele realmente ama muito mas tem um jeito estranhíssimo de demonstrar, lá foi ele fazer uma prova nem sei de quê em Ilha Bela. Chegou atrasado, achando que estava abafando: “Mas a festa é só amanhã, pra quê o stress??” Posto aqui uma foto do garoto no almoço deste dia, bravo pela ausência do pai, onde estavam todos os seus irmãos (meus enteados), meus pais e eu, sozinha, pra variar.


Depois das notícias de que muitos atletas estavam sendo atropelados ao treinar na estrada, comecei pedindo pra ele não ir. Nada. Depois tentei proibir. A-hã. Como sou muito insistente e não pretendo ficar viúva tão logo, perturbei tanto que ele prometeu não ir mais. Certamente, só para que eu parasse de falar nesse assunto. Um belo dia, após o tradicional pedal de domingo, ele me aparece aqui com nosso amigo Amauri, cujo apelido era Aranha Negra (por correr muito bem) mas logo evoluiu para “Minha Nêga”. Amauri, cuja tez faz jus ao apelido, estava branco de pó e não resisti: “Amauri, o que aconteceu que você está branco assim, todo sujo?”. Ele, inocentemente, respondeu: “É o pó da estrada!”. Neste momento, Roger fica sem cor e Amauri começa de fato a ficar branco – pois na hora percebeu que havia entregado mais uma do amigo. Depois desse dia, passei a conferir pessoalmente os locais de treino, mas confesso que hoje desencanei: não tenho filho de 48 anos. Quanto ao delator, tudo certo: amigo da família até hoje.
Em 2007, fomos acompanhá-lo numa viagem profissional à Europa, e depois seguiríamos para Clearwater, onde ele faria o mundial do 70.3 (tipo um meio-Iron) e encontraríamos alguns amigos. A prova foi super bacana, até comecei a correr sério depois disso, mas a viagem foi um inferno. Várias vezes ele tentou burlar a segurança dos aeroportos pelos quais passamos para ter certeza de que ele e sua BMC (tipo a Hermés das bikes) estariam no mesmo vôo. Eu, graças a Deus, falo inglês fluentemente, senão estaria detida em Amsterdam até hoje, pois tive que ver tudo sozinha: passagens, check-in, carrinhos com malas e as malditas rodas. Ele só carregava a bike, e gritava “Agiliza, Broto!!”. Meu filho na época tinha só cinco anos, mas hoje empurra um carrinho cheio de malas muito bem. A necessidade faz o homem. Na volta, fui obrigada a dar duas garrafadas de água nele, pois sua empolgação a conversar com uma atleta profissional passou dos limites. E olha que meus limites são amplos. Ainda bem que estávamos de executiva: esse tipo de coisa na econômica é barraco, na business, é excentricidade.

Em 2008, fui pela primeira (e última) vez ao Iron. Estava toda a sua família toda, e foi importante para meu filho cruzar a linha de chegada com ele. Depois disso, não mais – a tensão gerada pela antecipação da prova, os parafusos que podem arrebentar, a organização das coisas é muito complexa e não é justo ele ter ao seu lado alguém que realmente não vê sentido naquilo tudo. Entendo algumas vezes – a obsessão me incomoda, seja com o que for: compras, comida, religião etc. Além disso, ele e meu filho são muito companheiros, e uma criança não entende como o pai pode ficar tão alterado com coisas tão simples, como uma garrafinha que não fecha direito, ou a roupa de borracha que está com o zíper estourado. Então, é melhor para todos que este seja um momento só seu. Ao final de todos os Irons, ele me liga para dizer que está vivo, que me ama e que nunca mais vai participar da prova. Depois do 7º. Iron consecutivo, pedi que ele parasse com isso: nós dois sabemos que ele vai fazer a prova todos os anos, independentemente de quem ele ame e do quão sacrificante seja. Tem mentira que não vale nem a pena ser contada. Hoje, ostento orgulhosamente o título de Ironwife, honraria que ganhei mais por tempo de serviço do que por mérito mesmo. Tem até adesivo no meu carro – passo pelos treinos e não preciso nem cumprimentar um a um. Todo mundo sabe que sou eu.
No ano passado, após anos vivendo juntos, ele resolveu casar. Foi uma festa linda na Daslu, união celebrada por dois de nossos melhores amigos – Minha Nêga e Mariana, minha irmã: noivo ateu, noiva espírita, não cabia padre então fizemos algo bem melhor. Todos os nossos amigos atletas estavam lá, a lembrancinha da festa foi um Gatorade e lá, bem em cima do bolo, estava ela para me lembrar de sua importância: a bike. Nós dois e a bike. O DJ estreladíssimo fervendo a pista de dança e nos telões passava o quê? VÍDEO DO IRON. Final de prova, o povo se arrastando, gente saindo de UTI… Bem adequado. Quase desisti, mas pensei no meu pai: seria muito desgosto aos 73 anos e saindo de um câncer. Casei – com ele e a bike.
Falando em coisas que podem dar errado, no final de 2010 ele teve a brilhante idéia de fazer um Iron e um 70.3 em apenas uma semana. Como seu pai morreu cedíssimo de infarto fulminante, exigi exames completíssimos para poder liberar o passaporte. Afinal, sou eu que tenho a chave dessa milagrosa gavetinha. Sem opção, ele foi e o pior aconteceu: ele tem um coração de ouro e pode fazer quantos Irons quiser. Por um lado, achei ótimo, pois meu pior pesadelo se foi – ele ter um treco numa prova. Por outro, sei que agora ele não vai parar nunca mais, até morrer de outra coisa.
Fomos nós três para Miami onde ele começaria essa insanidade pelo 70.3. O tempo estava ótimo e ele tentou ao máximo não surtar. Fomos assistir a prova e foi bem bacana, pois o lugar era lindo e o tempo ajudou. Por conta da babaquice da organização, nosso filho não pôde cruzar a linha de chegada com ele, o que deixou o moleque bastante irritado. Mas tudo bem; alguns dias depois era hora de ele ir para Panama City e nós, pro Brasil. Quando ele chegou em Panama City, começou seu calvário: a entrega dos kits já havia sido encerrada, os parafusos da bike quebraram, não sei mais o quê pifou e ele teve que ir ao jantar de massas procurar alguém da organização para conseguir kit e parafuso, ou mecânico, ou talvez um pai de santo. Isso, para um Ironman, é como o diagnóstico de uma doença terminal, ou um tsunami que deixou a família viva mas arrastou as bikes pro mar sem fim. Ao mesmo tempo, enquanto eu estava em Miami com meu filho, nosso vôo foi cancelado, nos avisaram horas após o check-in feito e teríamos que ir pra um hotel sabe-se lá de qual categoria. Quando liguei para falar isso, esperando algum tipo de orientação, a resposta não poderia ter sido outra: “Se vira, Broto. Você fala inglês e tem cartão de crédito. Agora tenho que achar o cara no jantar de massas. Tá f., tá f.!!” Jurei nunca mais ir assistir a prova nenhuma, a não ser que seja em Roma, por que aí eu já fico por lá mesmo.


O dia a dia também pode ficar pouco confortável: fui expulsa do meu próprio closet e tive que mandar fazer um closet novo, só para as roupas de treino dele. Hoje de manhã contei por alto: só de camisas para bike, são mais de 40. Uma dúzia de gavetas com sungas, bermudas de bike e corrida, 20 pares de tênis e infinitas prateleiras de camisetas de prova. Na despensa da casa há o Cantinho do Dopping, batizado por mim, com toda sorte de suplementos receitados pelo famoso Tubarão. Ainda acerto minhas contas com este senhor. Só podemos sair no meu carro, sempre limpo e organizado, pois eu e meu filho não cabemos no carro dele, que é uma Pajero Full. Já pedi ao nosso encanador para colocar uma pia dentro do carro, assim ele pode morar direto lá, nem precisa entrar em casa. A placa desse mesmo carro é seu melhor tempo de Iron, que por sinal ele fez com o dedo do pé quebrado, porque Iron que é Iron aguenta a dor.


Hoje estamos indo pra Santos – amanhã tem prova. Ele acha fantástico pois minha mãe mora na frente da largada, então temos hospedagem, alimentação e babá de graça. Quando meu filho era pequeno, assistíamos a corrida. Hoje, como o pai dele só faz isso, ele prefere ficar com os avós. Quem disse que sabedoria só vem com a idade? Às vezes dou uma incerta nas provas pois a mulherada pira com triatleta. Mas é raro – nem sempre tenho garrafas plásticas à mão para atirar nas lambisgóias, ou nele.
Este post é dedicado à mim mesma, e aos meninos que tanto convivem conosco e me pediram um depoimento do que é ser mulher de Iron. Mas meus amores, acho que vocês podem parar de procurar: outra como eu e com a minha paciência não deve ter.



Divertido né?

Quantas esposas, namoradas, mães ou todos os equivalentes masculinos, já não passaram por alguma situação parecida?

Quem mandou esse texto para a minha ironwife foi a minha cunhada maratonista. Ela se reconheceu em algumas passagens. Achei um pouquinho exagerado, mas não poderia deixar de ser diferente....eu estou do "lado triatleta" da história.

Mandei a seguinte resposta pra Vivi e pra minha cunhada:

Quanto exagero!

Sim, o Ironman é a Fernanda Montenegro do triathlon.

Sim, é bem menos glamouroso do que parece: temos que aprender a fazer xixi dentro da roupa de borracha e achar o "quentinho" bom. Temos que aprender a fazer xixi pedalando. A gente chega em casa sujo e fedido, muito fedido. A enorme sobrecarga de carboidratos e proteinas faz dos triatletas os seres mais perigosos do mundo para o aquecimento global. Não existe nada mais feio do que o pé de um triatleta. Dói pra subir escada, mas dói MUITO mais pra descer. Raramente você tem vontade de ir pra cama depois das 10 da noite. Acordar enquanto todo mundo dorme é coisa comum. De fim de semana é pior porque tem muita gente ainda voltando (bêbado) pra casa....poderia aqui ficar falando indefinidamente. Se tem "mulher" que "paga pau" pra triatleta, o que é uma mentira deste post (não tem ninguém vendo provas de triathlon, a não ser a própria família dos triatletas), realmente elas não entendem nada de triathlon e nem de triatletas.

Sim, a bike para o triatleta tem uma importância que é melhor nem perguntar...hahahah

Sim, é a coisa mais difícil do mundo organizar o tempo pra TENTAR não deixar de fazer nada: trabalhar, treinar, ser pai, ser marido.

Não. Nunca deixaria minha mulher na maternidade, recém puerpera. Mas planejamos a próxima gestação em função do ironman.

Sim, os gastos são impublicáveis e inevitáveis.

Sim, existe a "mentirinha caridosa", aquela sem intenção de prejudicar ninguém, quando se trata da próxima prova, ou quando dizemos que NUNCA mais faremos tal prova ou tal treino.

Sim, o cantinho do doping existe: um BALDE enorme de carbo/whey, caixas de suplementos e comidinhas de prova, gatorade. A cada dia que passa tá aumentando. Nada ilícito.

Sim, cruzar a linha de chegada com as pessoas que você ama e que fizeram parte de tudo isso é a coisa que mais importa no fim do dia ou no fim da prova pra um triatleta.

Sim, tudo isso é só por realização pessoal, sem nenhum outro propósito. Não é só para manter a forma ou saúde. É amor por este esporte, pelo triathlon, que é sim apaixonante pra quem faz. Não existe triatleta pela metade. Ou se é, ou não!

Sim, damos MUITO valor às nossas ironwives, mesmo que tenhamos um jeito meio torto de mostrar isso (ficando mais fora de casa do que dentro). Embora também a minha ironwife não soubesse quando casou comigo (eu já era triatleta, mas com pouca atividade), ela entendeu - ou aceitou, por falta de opção - meu romance com a bike. Dá dá toda a retaguarda, todo o suporte e toda a tranquilidade que eu preciso pra continuar nessa louca viagem. Sem ironwives, ou irongirfriends ou o que quer que seja, não existe o ironman.

Sim, o primeiro Iron é inesquecível e tô fazendo de tudo pra que seja inesquecível pra todo mundo que for me ver.

Paciência, faltam pouco mais de 90 dias (quando mandei o email).


Se o texto da Fernanda foi uma auto-homenagem, o meu é em homenagem à todos os ironpartners, tão importantes nessa loucura toda.



Pra não alongar o que já está muito longo, um pouquinho da semana de treinos: Natação prejudicada pela perda dos óculos. Bike com 120 km (em duas sessões de 60 km na 3ª e na 5ª) na bolinha, na verdade uma praça com cerca de 500 dentro da USP, com asfalto liso, sem muito desnível. Bom pra manter média. Longão com 120 km em Romeiros com o Pedro e Marcos.....caraca, doeu pacas!!! Corrida com sessão de tiro de 2 km na quarta, sofrido, mas bem feito, pequenos volumes pós bike pra relembrar a "MARAVILHOSA" sensação de correr ao descer depois de pedalar. Como adiantei o blog esta semana, ainda falta o longo de 18 km no domingo cedo. Semana de muito cansaço, potencializado por muito stress no trabalho.

Março promete.

Log da Semana:  270,6 km em cerca de 13 horas de treinos, mais 2 horas de Pilates e 1 hora de massagem.

Faltam 91 dias!



domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ironman Brasil: Semana 7 - A Pergunta, A Notícia e O Internacional de Santos.

Quem tem criança em casa, vai saber que três palavras desconexas em um título de qualquer coisa, lembra algo do tipo "O Leão, a Feiticeira e o Guarda Roupas".



Esse é o título de um livro, que faz parte das Crônicas de Nárnia. 

O que isso tem a ver com o meu post?

Tirando a já percebida falta de conexão entre as palavras dos dois títulos, NADA. Absolutamente nada.

Então vamos ao que interessa.

Essa sétima semana começou com uma pergunta que até poderia ser perturbadora, mas não foi.

Sentado à mesa no almoço do domingo passado, conversando sobre....o ironman..., meu pai solta esta: "Como você sabe que vai conseguir terminar essa prova?".

Ok, é mesmo difícil imaginar como alguém pode viabilizar uma coisa dessas. Nadar 3800m, pedalar 180 km e depois correr uma maratona.

Não soube o que responder. Só disse que iria terminar.

Depois fiquei pensando qual resposta seria a mais convincente. Na verdade a resposta já estava aqui comigo há tempos.

Estou sendo quase constantemente "acusado" em casa de estar exagerando - e olha que o pesado ainda nem começou. Mas o que ninguém quer ver é que a única coisa que garante o término (com sucesso) da minha prova é o treino.

Todos dizem que o duro numa prova dessas de resistência é o treino. A prova é a coroação. Espero que seja assim.

O treino té dá bagagem física, faz seu corpo aprender a resistir. E como? Com uma série de adaptações metabólicas. À medida que você faz os treinos, quer sejam eles longos como 160 km de pedal, ou 30 km de corrida, ou uma série de 3000m na piscina, você está ensinando seu corpo a usar da melhor forma possível a energia acumulada. Por isso a alimentação é importante. Por isso o treino é importante. Por isso o descanso é importante.

Estava conversando com a Vivi outro dia. Acho que ela ficou meio preocupada com o estado que eu cheguei no sábado passado. O treino é o ensaio para o grande dia. Não adianta treinar sua maratona com tempos que te levariam à linha de chegada com 7 horas e querer fazer em 3 no grande dia.

Você tem que treinar o que você quer fazer.

Isso eu aprendi com a maratona no ano passado. E isso eu trouxe pro ironman neste ano!

Vai doer? Provavelmente. A dor é sim parte do processo, por mais que isso provoque reações negativas pra quem ouve. (leia-se pai, mãe, esposa, amigos...todos com cara que vão me internar no hospício mais próximo).

A segunda parte do título: A Notícia.

Acho que temos a primeira baixa na família Ironman. Infelizmente, o Marcelo (irmão que mora na Austrália) estará prestes a terminar o curso que está fazendo. Pode ser que não consiga vir. 

Fiquei triste, mas como ele mesmo disse, ainda não tem nada certo.

Ele seria o cara responsável por "eternizar o momento". Aliás, é isso que ele tem feito nos últimos anos, fotografando surf na Indonésia e agora entrando definitivamente para o ramo de foto é vídeo.

Espero que tudo aconteça da melhor forma, independentemente dele estar ou não em Floripa no final de maio.

Agora, a terceira parte desse LOOONGO post: o relato da prova em Santos.

A semana de treinos foi devagar por causa da prova. Depois do treino insano de pedal na terça, com 10 tiros de 2 km feitos entre 39 e 40 km/h, entramos mais ou menos no modo "recuperação". Treino de 1500m de natação na quarta cedo e tiros fortes de 800m de corrida no final do dia, depois do dilúvio em SP; quinta de folga (por minha conta, claro) e sexta só de piscina com treinos mais "firmes" de 100 e 50m.

O Internacional de Santos é uma prova legal.

Antigamente era um dos poucos com distância olímpica e era comum de se ver gente de outros países, como Argentina, Chile, além de profissionais como Mark Allen, Greg Welsh, Ken Glah. 

Hoje em dia, acho que a galera prefere as provas da marca Ironman como pretexto para competir em outros países.

Só tinham brasileiros mesmo na prova de hoje.

E como não poderia deixar de ser para uma prova em pleno verão, o dia foi QUENTE. Bota quente nisso.

Tive que ser convencido a usar a roupa de borracha. Eu suava na praia antes de entrar para aquecer. Não parei de suar dentro d'água também.

Estou triste por constatar que estou com medo de nadar. Não do mar ou da natação em si. Estou com medo de fracassar nadando. De prejudicar minha estratégia.

Hoje me peguei pensando que a minha natação voltou a evoluir. Estou nadando três vezes por semana, grandes volumes. Tenho feito bons tiros.

Inseguranças à parte, comecei nadando sem muita pressa. Também não tinha muita gente subindo em cima de mim. Fiz o primeiro lado do triângulo levantando a cabeça poucas vezes, usando bastante o pessoal à minha volta para navegar. Deu certo. Direto pra bóia.

O segundo lado do triângulo também usei a mesma estratégia, mas como o pessoal dispersou mais, tive que levantar mais vezes a cabeça pra procurar a bóia. Foi bom também. Na segunda bóia bati o olho no relógio e vi que em uma das porradas que levei, o botão se auto-apertou e já estava marcando o tempo da primeira transição. Ok. Parte do treino é aprender a lidar com imprevistos. Este não seria um imprevisto tão importante.

O terceiro lado do triângulo pra mim é o mais chato. O povo já tá meio cansado, meio capenga. A orientação pra mim é mais difícil pois achar uma bóia no meio do marzão é fácil. Achar um pequeno totem no meio da praia não é fácil. Em um momento tive que parar de nadar pra ajustar a gola que já me assava feio o lado direito do pescoço.

Encontrei a areia com pouco mais de 22 minutos. Achei excelente. Mas estava cansado a ponto de aproveitar a desculpa de tirar a roupa de borracha ainda na água pra dar uma paradinha. Passei no tapete do chip perto de 23'30". Depois uma longa e difícil corrida pela areia da praia até alcançar a avenida, atravessa-la, ganhar a área de transição e achar minha bike. Transição longa, demorada.

Quando comecei a pedalar, meu relógio já marcava 26 minutos. Três minutos e tanto desde que passei pelo tapete do chip.

Coloquei o pé na sapatilha. Quando ia colocar o outro, não sei o que aconteceu, ela se soltou do pedal. Tive que parar. Alguém veio me trazer a sapatilha. Paro. Perco tempo. Ponho a bendita no pé e saio pedalando. Meu estômago queimava. Não estava me sentindo lá muito bem.

Pelas ruas esburacadas eu segui, esperando finalmente chegar à Anchieta lisinha, teoricamente com menos chance de um pneu furado. Em um dos buracos ou trilhos que temos que passar, meu cateye simplesmente morreu. Ótimo. Tá aí um imprevisto PHODA de lidar. Não em uma prova dessas que é socação de bucha o tempo todo. Mas e no iron? E se a porra do cateye me deixa na mão, sendo uma prova que você tem que controlar a velocidade, construir a média.

Continuei socando. Na estrada, perto do 20º km, voltou a funcionar. E estava bem....muito bem. 38 km/h, 39 km/h. Assim eu gosto.

Vácuo, muito vácuo. Na cara dura. Bando de picareta. Me recuso a entrar em pelote nas provas, por mais que seja fácil pedalar assim. Resultado: muitas vezes tive que reduzir pra não ficar no rabo do pelote. No final da Anchieta me rebelei e antes da ponte, ataquei, entrei na zona de vácuo a 43 km/h, passei todo mundo e ninguém mais me alcançou! Senti uma melhora muito grande na qualidade do pedal em relação ano passado. Gostei muito.

Chegando na T2, um cara numa puta bike animal, uma Argon 18 E-114, resolve fazer uma transição super rápida. Embananou-se. Caiu. A super bike fez um looping sobre ele e estatelou no chão. Barulho de carbono batendo....ui....O cara levanta e fica parado bem no meu caminho. Pô, tá certo que o cara tomou um tombaço, mas não fica na frente. Desviei. Entrei na T2 com algo em torno de 1:05'. Dentro do esperado.

T2 em quase 2 minutos. Saí pra correr ainda com chance de fazer as 2:17' que o MPR "previu"pra mim. Tinha cerca de uma hora e trinta minutos de prova, até então.

Cara, tava calor. Comecei o 1º km em 4'37", correndo solto e tranquilo. Respiração controlada. Passei o 6º km pela tenda da MPR com cerca de 27' de corrida. Achei que ia dar.

Os 4 últimos km foram de sofrimento. Muito quente. O retorno nunca chegava. Fechei a corrida em 47'39".

Tempo total: 2:20'48" para os 1500/40/10 km.

Achei muito bom. Não foi meu melhor tempo, mas foi o melhor que eu tinha pra dar hoje. E convenhamos, foi um bom tempo: 43º na categoria (tinham 164 atletas).

Nota ruim do dia. Ao voltar pra resgatar minhas coisas na transição, meus óculos de natação tinham sumido. Meu capacete estava com uma touca e óculos de natação que não eram meus dentro dele.

Espero que o cara que levou meus óculos tenha feito isso por engano. Não passa pela minha cabeça alguém que paga 360 reais de inscrição, pilota uma bike de custa de 4 a 5 dígitos, com rodas de mais 4 ou 5 dígitos, seja capaz de levar na mão grande um óculos de 100 reais. E se não chegasse antes que o dono da touca e óculos que estavam no meu capacete? Será que teria um prejuízo maior ainda?

Mas beleza. O dia é de festa. Amanhã vou ter que matar a natação por falta de óculos!

Resumo do dia:

Natação (1500m): 23'30"
T1:  3'19"
Bike (40km): 1:04'29"
T2:  1'51"
Corrida (10km): 47'39"

Total: 2:20'48"

"Loguinho" da semana:  160 km em 8 horas de treinos, mais 1 hora de Pilates e 1 hora de massagem.

Faltam 97 dias!



domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ironman Brasil: Semana 6 - Depois da Quebradeira, Sempre Vem a Ambulância




Quem conhece a "Tática da Ambulância"?

O argumento é simples e até convincente: arrisque até o que não tiver. Existe uma enorme chance de você sair da prova dentro de uma ambulância......MAS....se der certo, é recorde!

É assim que alguns amigos encaram provas e alguns treinos. Acho legal, mas acho que isso funciona pra quem já tem uma certa bagagem e não mais se contenta em "apenas" terminar.

Eu sou mais conservador. No máximo, assumo certos riscos calculados.

O duro é que, querendo ou não, um dia a ambulância fará parte de alguma prova ou algum treino. 

Já falo sobre isso.

A semana foi de menos volume em comparação à anterior. Só a natação não seguiu esse padrão! Treinos de até 4200m, com série de 15 x 200m. Eu gosto muito de nadar bastante assim! Foram 11 km de natação só nesta semana.

Na terça fiz meu treino de Bike começando antes das 5 pra dar conta de pedalar os 60km e depois correr os 4 km. Fico preocupado com isso. Sei que essas distâncias ainda aumentarão, mas o tempo que eu tenho pra fazer tudo isso não vai mudar muito.

Na sexta, senti o peso do cansaço de mais de 6 semanas de treinos contínuos. Peguei a Júlia na escola e dormi com ela no sofá durante quase 1 hora, até a Vi chegar. Jantarzinho com MEIA garrafa de vinho e cama cedo. Sábado seria dia de cruzado, sempre sofrido.

Só não sabia que seria TÃO sofrido. Forte. Intenso.

Terminei o treino meio desorientado. Sentei na calçada na área onde o pessoal da assessoria se concentra, sem muita forca pra pensar em nada. Não fui na padoca.

Cheguei em casa e acho que minha cara me denunciava. A Vi bateu leite com banana e mamão e, depois do banho, me mandou pra cama. Sensação esquisita de não saber o que está se passando com você mesmo.

Era o meu dia de ambulância (no sentido figurado, claro).

Comi, descansei. Julia na casa dos avós e cineminha (Cisne Negro, excelente).

Fiquei meio apreensivo pro treino de corrida do domingo, mas o dia mais fresquinho ajudou! Fiz um bom treino de 16 km e o que é melhor, com frequência cardíaca lá embaixo!

Já estou sentindo os efeitos do aumento do volume de treinos! A fome é de retirante flagelado! O dia inteiro.

Mais uma semana se foi. 100% da planilha feita.


Log da Semana:  242,8 km em 12 horas e 45 minutos de treinos, mais 2 horas de Pilates e 1 hora de massagem.

Faltam 104 dias!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ironman Brasil: Semana 5 - A Lenda da Fabulosa ENDORFINA



O último dia do mês de janeiro de 2011 deixou claro que a preparação ESPECÍFICA pro Ironman Brasil começou. 

Treinos mais longos, mais intensos. Mais cansaço. Mais sensação de dever cumprido. Uma felicidade que só quem já experimentou algum treino ou prova exaustivos alguma vez na vida, sabe do que eu estou falando.

Na segunda (31/01), o dia começou com 3700m de natação. Desde quando nadava 5x/semana, uma hora e meia/ treino, eu não sabia como era nadar tanto assim. Foi um pouquinho mais de 1 hora de treino, com muitos tiros de 400m.

Depois na terça de madrugada, um treino de 60 km de pedal, com 2 tiros de 20 km sozinho, sem roda pra me carregar, cara no vento, vento na cara!

O resto do dia nos dois casos foi de, claro, um pouco de cansaço, fome e bom humor. Sim, bom humor. Adoro a sensação de estar cansado!

Esse é o gancho que eu precisava pra escrever sobre uma coisa que há muito tempo queria escrever: os efeitos do exercício como agente causador de bem estar. O que está por trás disso?

Bom, sugestionados pelo título do post, muita gente vai dizer: a endorfina.

Será?

Quem é a endorfina? O que ela faz da vida? Quais seus segredos?

O que se fala de endorfina por aí é superficial e muitas vezes nos faz acreditar em coisas erradas. 

Adiei muito esse post por não querer parecer chato, mas a oportunidade ressurgiu. Vamos a ela.

Li alguns artigos científicos sobre fisiologia do esporte e medicina esportiva e vou tentar sintetizar ao máximo tudo o que aprendi para não ficar muito extenso. Como todo resumo, posso omitir alguma coisa importante.  Se ficarem buracos, vamos aprender juntos.

A endorfina.

Beta-endorfina para os cientistas. Um opióide endógeno secretado pela adenohipofise, uma glândula que fica alojada na base do crânio, que regula uma série de reações do sistema nervoso central. Como opióide, apresenta efeitos analgésicos, eufóricos e aditivos. Em outras palavras, dá barato!

Logo após sua descoberta em 1977, começaram uma série de estudos tentando correlacionar sua ação à atividade física, entre estas, a analgesia, maior tolerância ao lactato, diminuição da percepção do esforço, diminuição do desconforto muscular e respiratório e, o mais importante deles, euforia do exercício.

Estes estudos nunca conseguiram resultados convincentes. O motivo para isso é a dificuldade de se medir a concentração da beta-endorfina no sistema nervoso central. A maneira alternativa encontrada para se conseguir essa medida, foi correlacionar o exercício físico ao aumento da endorfina circulante no sangue.

Sabe-se que em determinadas situações, a endorfina sérica (do sangue) aumenta de 3 a 10 vezes durante e após o exercício físico. Eu disse em determinadas situações. Quais seriam? Vamos começar a destruir alguns mitos. 

Em primeiro lugar, a endorfina sérica aumenta com exercícios anaeróbios. Não parece que poderíamos fazer um Ironman em anaerobiose.

Em segundo lugar, mediu-se um aumento da endorfina sérica em exercícios aeróbicos submáximos (>70% do VO2 máx), com duração superior a 1 hora. Isso nós até fazemos com certa frequência.

Agora o golpe de misericórdia. A meia vida da endorfina sérica é.....tchan, tchan, tchan...... VINTE MINUTOS!

Uma explicação rápida: Correr não deixa chapado o resto do dia! Dói....mas é verdade.

Outra série de estudos em atletas em condições de produzir aumento da endorfina sérica foram tratados com substâncias que inibem sua ação, a Naxolona. Uma grande parte destes atletas tratados com bloqueadores de endorfina, referiam os tais efeitos analgésicos acachapantes atribuídos à ela. Então, tá todo mundo louco? Ou não seria a endorfina a causadora do tal "Runner's High"?

Algumas críticas a esses estudos.

Existe no organismo uma barreira que protege o sistema nervoso central, a barreira hematoencefálica. Na prática e de forma bem simplória, ela faz com que o que tá dentro fica dentro e o que tá fora, continua fora - óbvio que determinadas moléculas conseguem passar, dependendo do tamanho.  Desta forma, medir o aumento plasmático da endorfina não parece muito útil, pois este hormônio não atravessa a barreira hematoencefálica. 

Se o aumento desta endorfina plasmática (sangue), medido em determinadas situações durante o exercício físico não pode agir no sistema nervoso central, por não ser capaz de atravessar a barreira que isola e protege o sistema nervoso central, então isto praticamente inutiliza os estudos que tentam correlacionar exercício físico e seus efeitos. Certo? Errado.

Recentemente, a PET-CT, uma técnica que une recursos de medicina nuclear, com alta sensibilidade para detectar alterações funcionais, metabólicas e bioquímicas em órgãos ou tecidos aliado a recursos da radiologia, com alto poder de localização espacial, permitiu estudar em atletas submetidos à esforço físico intenso e com duração de cerca de duas horas, o aumento da concentração de beta-endorfina em áreas importantes do sistema nervoso central, relacionadas à emoções e sensações, o sistema límbico. Não vou entrar muito em detalhes sobre este estudo (realizado em Bonn, Alemanha), pois esse foi tirado de um artigo não médico.


 

A primeira foto, um aparelho de PET- CT, bem parecido com um aparelho de tomografia computadorizada convencional e a segunda foto, o tipo de imagem que esse aparelho entrega, permitindo  o estudo anatomofuncional de uma determinada região, ou até do corpo inteiro. Um espetáculo!

Conclusões que podemos tirar.

Ao que parece, existe sim uma associação entre exercício e bem estar mediado por substâncias químicas endógenas (produzidas pelo próprio organismo). Porém, a liberação desta substância, a beta-endorfina não acontece de forma deliberada. Depende de intensidade e duração do exercício. A própria duração dos efeitos da beta-endorfina é bastante limitado e frustro. De novo, ninguém passa o dia vendo elefante cor de rosa porque correu pra cacete no treino de sábado ou de domingo.

Podemos bater martelo em um ponto: o bem estar proporcionado pelo exercício tem base fisiológica, sem dúvida. Existe também, em associação, um fator psicológico importante, que potencializa esse bem estar, que faz com que passemos o dia todo de bom humor, quando conseguimos atingir um resultado satisfatório, senão é mau humor NA CERTA.

Não existe endorfina borbulhando no sangue. Primeiro porque aprendemos que a endorfina do sangue não é a que dá barato e sim a do sistema nervoso central. Segundo porque QUALQUER coisa borbulhando no sangue, vai te levar pra UTI...de onde você pode não sair mais!

Gracinhas à parte, a semana continuou com grande volume. 


Tiros de 1000m de corrida na quarta e giro de 60 km na quinta debaixo de chuva. Não sou de açucar, certo Marquinhos?


Tive que me virar com os treinos do final de semana, pois trabalhei no sábado, de novo.


Sábado com treino na filial de Pirassununga, com termômetros de rua marcando 38ºC e um ótimo progressivo de 16 km, terminando (MORTO) com 4'40" no último km (média final de 4'54"/km). 


No domingo, 115 km na ciclovia que beira o rio Pinheiros. Há tempos queria rodar ali! ÓTIMO lugar pra treinar. Plano, seguro, liso. Triste que o rio seja morto. Seria até bonito! Mais 6 km pós bike sofridos pelo calor, progressivo, com boa média final de 4'37"/km.






Tá ficando bom.

Log da Semana:  290,3 km em 14 horas e 53 minutos de treinos, mais 2 horas de Pilates e 1 hora de massagem (ai como dói!)

Faltam 111 dias!