segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Medalha de Ouro na Maratona Feminina do Pan...É NOSSA!!!!





“Muitos, qdo digo q meu treinador é o Cláudio Castilho, dizem “não conheço”. Vanderlei Cordeiro ontem pra mim: “nossa, tá bem de treinador”!

Com esse texto no twitter, a antiga colega de assessoria, jornalista, blogueira (Blog Corre Corre) e maratonista das boas, Ana Paula Alfano ou simplesmente Apa (@ApaAlfano), resumiu anos de tentativas de explicar quem era o meu treinador.

Só um adendo, pra dar ainda mais credibilidade, Vanderlei Cordeiro é o mesmo do padre irlandês, maratona olímpica em Atenas...lembra?

Desculpe Apa, mas não consigo imaginar o começo deste post de outra forma. Peço emprestado a sua frase extremamente feliz. Ontem já tinha te dito que achei espetacular sua colocação.

Em primeiro lugar, todos os méritos para a Adriana Aparecida da Silva.

Quem é a Adriana?

A primeira vez que a vi, foi logo após Pequim 2008. Ela tinha acabado de correr uma das primeiras maratonas da vida (acho que em Berlim) e já tinha se dado MUITO bem. Junto com o Jose Telles, o único brasileiro que terminou a maratona olímpica na China, atleta do tal Cláudio Castilho, falou para uma plateia de corredores amadores da assessoria Saúde e Peformance, não por acaso, do treinador em comum, Cláudio Castilho.

Depois sempre via a Adriana treinando  muito forte na USP e nas ruas da zona oeste de São Paulo aos domingos,  segurando duas garrafas de água enquanto corria. Pra mim virou a marca registrada dela.

Parabéns Adriana. Quem viu a sua cara no fim da maratona dos jogos Panamericanos ontem tem pelo menos uma certeza. Você deu o máximo que tinha. Talvez, você tenha dado “aquilo a mais” que diferencia os bons corredores dos campeões! Você aparentava exaustão. Por um momento cheguei a ficar preocupado, mas logo a alegria voltou forte ao ver você abraçando o mestre com tanto carinho, com tanta emoção!

Mas minha homenagem mesmo vai pro cara que está por trás da estrela!

Pensei muito no que escrever. Não queria que fosse um post pra falar que sou “amigo da celebridade”.

Mas não poderia deixar de falar de um cara sensacional, que há 18 anos faz parte não só da minha vida esportiva.

Posso falar de cadeira. Conheço a trajetória profissional dele inteira. Conheci o Cláudio quando ainda estava na faculdade.

Tudo que ele faz é bem feito. Até hoje, só conheço um cara que eu considere melhor do que o Cláudio como treinador de natação (sim natação). Esse cara é o Silvio Kestener e tenho certeza que o Cláudio não vai ficar triste em ficar em segundo lugar pro Sílvio.

Comecei a correr com o Cláudio. Aprendi a correr com o Cláudio. Fui um dos primeiros alunos de sua assessoria. Corri maratona na roubada com esse cara. Depois corri uma decentemente. Foi difícil tomar a decisão de não correr mais com ele. Fiquei triste durante muito tempo. Ele me garante até hoje que nunca ficou chateado com a minha decisão, mas ficaria até triste se acreditasse que ele realmente não ficou.

Frescuras à parte, sempre que o bicho pega, recorro a ele.

Nos treinos pro iron, sempre levei minhas dúvidas pra ele. Nunca tive uma resposta em cima do muro! Sempre ouvi o que precisava. Corri parte do meu longo de 35 km com ele e ganhei a confiança que precisava neste dia!

Minha “benção” pré iron foi com ele. Meu primeiro agradecimento pós iron, depois de ter corrido muito bem, foi pra ele. Aliás, ele foi o primeiro a me ligar depois da prova.

Fico muito feliz por esse cara ter o reconhecimento que merece. Acho que é muito pouco ainda. Tem muito mais pela frente.

Lembro uma vez que ele angustiado, dividiu comigo um momento de escolha profissional. Ele trabalhava no Pinheiros, acho que na escola de esportes e tinha recebido uma proposta de coordenação da equipe de competição do mesmo clube. Será que ele estava achando que o bicho seria maior do que ele poderia aguentar?

A resposta está aí!

Muitos atletas bons já passaram pelas mãos dele. Tenho muita "pena" de cada um deles (o cara é carrasco): Baldaia, Telles, Adriana. Estes pra ficar nos fundistas. Existem muitos outros.

Mais do que estes atletas de ponta, os que estão extremamente orgulhosos, somos nós: eu, Melina, Kiko, Fernanda (estes realmente das ANTIGAS), Apa, Danilo, Wagner, Osvaldinho, Robertinho, Carlão, entre TANTOS outros amigos que são fãs de carteirinha e que muitas vezes (falo por mim) tivemos ciúmes da dedicação dele pela profissão, quando deixava de dar os nossos treinos na USP por causa de reuniões, campeonatos e etc, com o Pinheiros.

Só tenho receio de uma coisa.

Se antes, a figura do carrasco na beira da praça da reitoria gritando “olha o joelho, olha o braço, tronco pra frente” já era intimidadora...imagina agora que o cara tá com o ouro do Pan no peito.

NEGO, você é FODA!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Impacto Femoroacetabular X Daniel Blois

Imagens valem mais que mil palavras.

Não por acaso minha especialidade é Diagnóstico por IMAGEM.

Especialidade desprezada pelos colegas. MAS, o assunto não é este.

O impacto femoroacetabular é exatamente o que o nome sugere: uma limitação da amplitude de movimento do quadril por uma alteração morfológica do fêmur ou acetabulo, levando a lesões de estruturas intra articulares e a médio/ longo prazo, alterações osteodegenerativas...a famosa artrose.

Se você, assim como eu prefere as fotos de um livro, vamos ao que interessa.

Não precisa ser médico ou procurar artigos científicos para entender a bagaça. Vamos só fazer um comparativo simples de casos "de livro" de impacto (à esquerda) e o meu singelo quadril esquerdo, motivo da minha dor de cabeça desde o dia 03/07/2011.



Ângulo Alfa - a explicação é muito técnica. Basta saber que é o ângulo que representa a alteração morfológica do fêmur (osso da coxa) e é o grande responsável por um dos dois tipos de impacto de quadril. O tipo chamado de CAM ou CAME em português e que é mais frequente em homens.
O meu ângulo deu 52º. É um bom número. Abaixo do valor que normalmente está associado a impacto. 



Profundidade do Acetábulo - Se o acetabulo, que é o "soquete" que abriga a cabeça do fêmur, for muito profundo, vai impedir a movimentação normal da articulação. O centro da cabeça femoral normalmente fica fora da cobertura acetabular. Quando a "má formação" é do acetabulo, o impacto é conhecido como PINCER, mais frequente em mulheres. A foto da esquerda mostra uma cabeça femoral bastante coberta por um acetabulo pofundo. O centro da cabeça está cerca de 5 mm pra dentro do limite da cobertura óssea do acetabulo. Na minha, o femur está 7 mm para fora da cobertura óssea.




Lesão Condral - É a erosão da cartilagem que recobre as estruturas ósseas. É a lesão que efetivamente leva à artrose. Nas fotos, a da esquerda mostra um fêmur com ressalto bastante evidente, além da lesão de cartilagem nas setas. O meu à direita, não tem ressalto, mas já tem uma cartilagem um pouquinho irregular. Opa....vamos relembrar...tô batendo nos 40. Tá "seminova"! Dá bem pro gasto ainda!




Lesão Labral - O labrum. Mas afinal o que é o labrum? O malvado que tirou o Guga de combate. O nome diz. Se disser labrum, não soa familiar...mas se disser o equivalente no velho e bom português, lábio, fica mais fácil. É uma estrutura que margeia o rebordo ósseo do acetábulo e serve como estabilizador e protetor articular. Na foto de livro, a lesão do labrum é mostrada pela seta completa. O ressalto femoral é mostrado pelas cabeças de setas. Na minha.....não tem seta....não tem lesão! A imagem está em espelho.



Por fim, meus quadris. O direito à esquerda da foto e o esquerdo à direita.



Imagens valem mais que mil palavras!





 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Tempo





Tempo.

Amigo? Parceiro? Aliado? Mano Velho????????

Parece que sempre joga contra.

Quando a gente quer que demore pra passar, passa voando.

Quando a gente precisa que passe rápido, demora uma eternidade.

Um minuto. Sessenta segundos. Imagina uma final de campeonato. Para o time que está ganhando, essa volta completa do ponteiro dos segundos NUNCA se completa. Já para o time que está desesperado por um único gol...o gol que não fez na última hora e meia, passa num piscar de olhos.

E quando o tempo atinge a vida real. As nossas vidas.

Temos que fazer caber coisas que, convenhamos, é impossível.

Um leão por dia...por hora.

As vezes me sinto um homem das cavernas dos dias atuais, tendo que caçar meu sustento, minha sobrevivência numa luta diária.

E cada vez mais, temos que arranjar mais tempo pra um mundo de coisas que se abre todos os dias diante de nós.

Por causa disso, existe uma infinidade de serviços que são nos oferecidos em horários improváveis, para que nós possamos fazer coisas que não mais conseguimos em horários normais. 

Temos farmácias 24 horas, supermercados 24 horas, academias 24 horas. Quase tudo existe a opção de ser 24 horas. Até exames de imagem, a minha área, oferecidos 24 horas. Atendimento de emergência? Naaaaada. Exames marcados. Aquela dor no joelho que incomoda há dois anos, sendo diagnósticada num exame de ressonância realizado às duas da manhã de uma quarta feira qualquer.

Ninguém para pra pensar que a opção de alguns é a falta de opção de outros.

Será que vão inventar o serviço de "família" 24 horas, pra ficarmos com quem gostamos no tempo que nos sobra pra ficar em casa?