segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ironman 70.3 Penha - Erros e Acertos (parte 3 - Pós prova)


A saída da área de dispersão foi complicada. Peguei uma água, um gatorade e queria sair. Não queria massagem, não queria tomar sorvete.

Tinha uma fila enorme.

Consegui pegar minha medalha e minha camiseta. Ainda faltava minha super bike e sacolas. Na saída, na minha frente, o Colucci. Isso que é muito legal no triathlon. Saí ao mesmo tempo e com as mesmas condições que um dos principais nomes do triathlon nacional. Ele estava na fila, assim como eu.

Fui tentar achar minha "equipe". No meio do caminho, a Vivi de camiseta Ironwife me achou. Esqueci que devia estar sujo e fedido e dei um abraço forte. Ela perguntou se estava feliz. Eu já estava chorando. Sangue italiano, calabrês...O choro é de felicidade. Nada a ver com relembrar momentos de esforço, coisas que tive abrir mão, abdicação. Isso, o triathlon, é um enorme prazer. Treino com prazer. Um triatleta é feito das coisas que ele abre mão, diz uma propaganda da asics com o próprio Reinaldo Colucci. Pode ser, para os profissionais. Pra mim é uma enorme curtição.

Ainda tinha um presente. A Júlia estava dormindo, mas estava com uma camiseta com uma foto nossa no Internacional de Santos, com a frase: Meu papai é de FERRO! Desabei....de novo!


O Rodrigo, que é primo da Vivi e também estava com a família (esposa, filhota pequena e os pais) chegou alguns minutos depois. Fizemos uma prova muito parecida e nos incentivando cada vez que nos cruzávamos. Tenho certeza que vamos fazer um bom ironman.


Estou muito feliz. Fiquei triste quando tirei a pulseira de atleta. Queria ficar mais com ela! Sensação de superpoderes. Todo mundo que via, sabia que eu tinha feito a prova e convenhamos, é um grande feito. Sempre me perguntavam se tinha feito abaixo de 5 horas. Alguém deve ter dito que abaixo de 5 é que é bom.

Não fiz, mas continuo achando que fui MUITO bem! não só porque era minha primeira vez. Fui BEM mesmo.

Dá sim pra baixar de 5 horas. Posso reduzir uns 3 ou 4 minutos só de transição. Somados T1 e T2 deu mais de 9 minutos. Muito alto.

Posso, quero e devo abaixar meu tempo de natação. 1'50"/ 100m é muito alto. Vou investir mais na natação!

Bike ainda tenho muito pra melhorar e estou no caminho certo. Nessas horas que aparece a recompensa de se acordar as 4:30 em dia de semana pra treinar.

Essa bike aí merece que eu pedale cada vez melhor!

Corrida é continuar me beneficiando da base e do volume pro treino pra maratona de SP. De novo, um muito obrigado ao Nego, ao Leandro e à S&P. Recebi um email muito legal do Leandro dizendo que ao realizar meus objetivos, que voltasse pra casa!

Agora 1 semaninha de descanso, agora sim, numa cidade de praia simpática e aconchegante. Na volta, força total pra Pirassununga, nunca perdendo de vista o meu objetivo: O ironman.


Ironman 70.3 Penha - Erros e Acertos (parte 2 - A prova)





A noite claro, não foi bem dormida. Muita ansiedade. Muitas coisas pra repassar mentalmente.Acordei muitas vezes pra olhar que horas eram, torcendo pra chegar logo as 6 da manhã.

Quando o alarme tocou, já estava acordado há pelo menos meia hora. Levantei e fui fazer a mamadeira da Júlia. Tinha combinado com o Rodrigo por volta das 6:30 no café da manhã. Ainda precisava arrumar as comidas.

Ir pra prova não foi fácil. Estava sem carro. Taxi todos ocupados. Ainda bem que tinhamos o carro do Rodrigo (6 adultos e 2 crianças). Não era a melhor opção pois deixar o local da T1 seria tumultuado, mas era nossa única, então, que fosse. Fui no porta malas.

Pintura do corpo, checagem da bike, pneus calibrados, comida despejada no bento-box. Castanhas, yummys, bananinhas, géis. TUDO. Checagem das sacolas, proteção de partes, digamos, importantes, neoprene e praia. O dia amanheceu fechado, mas não frio. Fria estava a água....CACETA...e como estava fria. Aquecimento rápido pra me lembrar como não gosto de nadar de neoprene.

O tempo passou rápido. Logo a organização estava "gentilmente" botando a galera no cercadinho - "Ou vai agora ou não vai NUNCA mais...."....hahahahah

O tiro de largada foi no som da moda: VUVUZELAS...acho que era pra galera sair mesmo correndo pro mar.

Desesperadora a sensação de estar num liquidificador, tomando socos e chutes de todos os lados. Decidi ficar à frente na largada, o que se não foi um erro, com certeza não foi acerto. Fiquei com medo de ficar preso por algum grupo mais lento à minha frente, mas fiquei no meio da tempestade.

Fiz uma boa natação até os 2/3 de etapa. No meio do percurso reconheci os óculos cor de rosa da Julinha, companheira de treino e fui ao lado dela até a boia que nos colocava no caminho de volta à praia. Até esse momento, tudo ótimo. Navegação boa, direto para as bóias, sem perda de tempo.

De repente, tudo virou. Um agarrão, um puxão, um soco na cara. Perdi a Julinha e perdi o rumo de "casa". Cheguei a nadar paralelo à praia em um momento. Não achava a bóia de orientação e não conseguia ficar na esteira.

Na praia, com quase 35 minutos de prova, mais uma vez saí descontente com a minha natação. Vou ter que revisar esse ponto com meu treinador. Quero mais volume, quero mais intensidade. Estou acostumado com isso. Gosto disso. Vou procurar etapas de travessia pra fazer nesse segundo semestre e no início do ano que vem.

Entrei na T1 lotada. Não tinha conseguido tirar a manga do neoprene ainda. Estava tonto e enjoado. Que vergonha pra alguém que ama o mar. Peguei minha sacola, achei um canto pra sentar (no chão). Tirei o neoprene enquanto decidia se forçava um vomitinho básico ou respirava mais um pouco. Respirei. Tentei repassar a estratégia. O que pegar na sacola, o que fazer. Nada vinha. Decidi começar a fazer. Já tinha se passado muito tempo. Peguei o capacete, coloquei. A segunda coisa que vi foi minha garrafinha de isotônico caseiro, com repositor eletrolítico, malto e BCAA. Tomei. Sapatilha, calcei. Faltava mais alguma coisa. A sacola ainda estava CHEIA. Óculos. Colocado. De repente, saquinho com bisnaguinha....sou viciado em bisnaguinha, mas só de olhar naquele momento embrulhou o estômago.

Chega, faltasse o que estivesse faltando, precisava sair de lá.

T1 - Erro. Preciso enxugar o conteúdo da sacola. Capacete (se der pra deixar junto da bike - e nessa prova podia - é lá que vai ficar), sapatilha, óculos e mamadeira especial. Quem sabe o manguito. PUTZ....sabia que saí da T1 sem alguma coisa...o manguito....

No pedal, sabia que seria o momento de botar a cabeça pra funcionar de novo. Li em algum lugar que os primeiros vinte minutos são de adaptação. Melhor não comer nada. E não que fazia sentido!

Aos poucos a estratégia foi voltando à mente. O timer no relógio estava preparado pra tocar a cada 20 minutos. Quando tocasse iria comer as amêndoas e os yummys. Um punhado de cada vez. Alternaria os géis e bananinhas a cada meia hora. Água SEMPRE.

Alimentação: acerto (na maior parte do "programa").

As amêndoas não fizeram mal, não deram piriri. Rica em sódio, em carboidrato e muito calóricas. Não posso abrir mão desse coringa. Confesso...meio secas, mas bota pra baixo com água que tudo bem!

Yummys....comprei os de ursinhos....muito duras....difícil mastigar. Vou substituir.

Bananinhas de Paraibuna: de longe o melhor prato do cardápio! É um clássico a partir de já!

Gel, o mal necessário.

Aerodrink - ô grana bem gasta! tomei MUITA água. Deu vontade de fazer um xixi...mas sobre a bike e em movimento....é ruim hein!

O pedal foi ótimo. Seguindo as dicas da mestra Claudia, mirei uma velocidade média em torno de 33km/h. Assim que atingisse, manutenção. Controle.

O conjunto voava: bike + rodas = SHOW! 36, 37 Km/h. Vento fraco. No vento contra a velocidade era a mesma. Estava fazendo um pouco de força, mas ia arriscar um pouco. Já era hora de começar a curtir a prova. Fui encontrando parte da turma. Passei pela Nilma (não me identifiquei, fiquei com vergonha), pelo Alcy numa subida e ele me lembrou que tinha feito Romeiros (injeção de ânimo direto na veia), passei pela Julinha e falei que ela tinha feito uma ótima natação. Não achei "os" Marcos que claro, deveriam estar muito à frente.

Com o passar do tempo, o vento aumentou e parece que as subidas iam aumentando a inclinação. Hora de entrar no modo economia. Vi que minha média estava em 34.4 Km/h. Iria pedalar em torno disso pra manter. No final meu cateye terminou marcando 34 km/h, com tempo de 2:40' (a cronometragem oficial me deu uma média de 33.7 km/h...tá bom também).

Pedal: acerto. Da estratégia à execução. Melhor do que eu planejei. Tempo todo concentrado, prova limpa, sem vácuo, mesmo que as vezes precisasse quebrar meu ritmo (pra cima ou pra baixo) pra sair de grupinhos que inevitavelmente se formam. Esse era um grande medo: puniçxão injusta, mas vi que isso é perfeitamente controlável. Faça sua prova. Esqueça outros atletas, esqueça fiscais! Divirta-se!

Na T2, desmontei da bike. Pra minha surpresa, as pernas respondiam. Nada doia. O staff tentava tirar a bike de mim...eu não deixava.....hahahahahaa. Não tô acostumado com essas mordomias. Até que fui convencido que ele a guardaria. Eu podia ir pegar minha sacola e ir pra tenda.

Lá, as coisas era mais calmas que na T1. De novo demorei. Me confundi com tudo o que estava lá dentro.

Tomei a mamadeira especial. Meia, tênis, boné (pra trás, sempre), garmin. Saquinho com géis. Preciso de um banheiro. Saí pra correr. Dessa vez foram 4 minutos.


Liguei o GPS, esperando sinal. Nada. Desencanei. De repente, sinal. Liguei o cronômetro.

Não vi a placa de 1 km. Quando o GPS apitou, surpresa: 4'15". Ferrou. Muito fora do ritmo pra uma meia.

O Emerson me viu. Mandou encurtar a passada. Ainda falta quase toda corrida.

Passei por um atleta que se queixou: "Usei tudo na bike, acabou o gás". Tinha um gel na mão e não estava a fim de abrir. Olhei pra ele e falei: Acabou? Então toma aqui! O cara me passou depois de 2 km....hahahahah.

A primeira volta ia passando. Encontrei um ritmo bom aos 5'/km. Lembrei dos treinos. Estava correndo mais que aquilo. Podia mais!

Passei o Castelo "da Branca de Neve", segundo a Jujú e passei pelo Emerson de novo. Hora de crescer. Prova no final.

Ia controlando pelo GPS. 4'50"/ Km, 4'45". Estava treinando pra isso. Podia manter. Era esse o ritmo que ia botar. Não esqueci dos géis nos pontos planejados. Água em todos os postos. Não tomei gatorade nem coca. Estavam em copos. Não ia parar pra tomar e não ia correr o risco de tomar gatorade pelo olho, mesmo não estando com lentes.

Tudo na medida. A corrida foi um grande acerto. Os últimos 2 km foram meio sofridos, mas mantive o ritmo. Fiquei feliz por não ser um iron inteiro. Quando a cabeça queria desistir, o Emerson veio na minha direção, estendeu a mão, batemos. Faltava o final de uma subidinha e depois só decida. Ainda recebi a última lição de casa. Passar três caras que estavam na minha frente.

De repente, uma dose extra de energia vinda de não sei onde. Passei os caras que, sem forças, não reagiram. No acostamento, um grupo de argentinos incentivaram, gritando meu nome (legal esse negócio de vir o nome no número). E pensar que uma vontade irresistível de gritar Alemanha passou pela minha cabeça momentos antes. Senti vergonha. Agradeci. Agradeci também todas as águas que peguei e as que não peguei ao longo de todo percurso

O castelo crescia. Entrei no tapete e sem perceber, estava sorrindo ao ver a chegada!


Procurei a Vivi e a Júlia. A baixinha dormindo, de novo. Não fiquei triste. Faltavam 20 metros de tapete.

Vi o relógio. Marcava 5:08'. Muito melhor do que minha melhor projeção. Fiz uma coisa que nunca fiz. Levantei os braços e comemorei minha chegada, sem pensar no que as pessoas que viam estavam achando daquilo! Ouvi meu nome no microfone! Arrepiei.

Missão cumprida.

De novo faltou o ar. Podia dar uma choradinha....estava de óculos...hahahahah.

Não estava dolorido. A sensação era boa! Corri por mais de 5 horas. Ao meu lado, um monte de gente que compartilha do mesmos gostos, do mesmo estilo de vida. Lembrei de uma camiseta que vendiam na feira: Born to Triathlon, Forced to work.

Ainda precisava sair de lá.


Ironman 70.3 Penha - Erros e Acertos (parte 1 - Pré prova)


Felizmente foram bem mais acertos. Tô realmente muito feliz com o resultado da prova.

O primeiro grande erro, crasso eu diria, foi chegar em Penha na quarta. Esperava uma cidade à beira mar pequena, mas simpática, com direito à praia, passeios de fim de tarde vendo o mar, quem sabe um sorvetinho. A cidade é ruim....mas bota ruim nisso. Feia, sem praia, sem aconchego.

O hotel, Vila Olaria, era sem dúvida a melhor opção local. Nem gosto de imaginar a pior. Caro (mais de 150 reais a diária e fiquei sem 2 dias de serviço de quarto), era distante cerca de 1 km do local da prova na entrada do Beto Carrero World, sendo que o caminho até lá era feito pelo acostamento da estrada e cerca de 2 Km distante do local da natação.

Fico imaginando: como será que a prova foi "cair" num lugar desses?

Duas ressalvas dignas de nota: Os restaurantes Peixe na Telha, lugar que poderia estar em qualquer cidade charmosa de praia pelo local e pela comida e o Petisqueira Alírio, com uma comida farta e maravilhosa (pessoal que atende idem)

Mas não estou aqui pra dar uma de chato. Vamos contar como foi a prova.

ESPETÁCULO.

Antes de qualquer coisa, esse foi um maravilhoso laboratório para o ironman 2011. Desde a logística, preparação de materiais, estratégia de prova, alimentação...TUDO, e apesar da gozação dos amigos sobre o picnic, foram extremamente válidas todas as experiências, quer tenham sido acertadas ou erradas. Agora é a hora de errar.

Tudo é feito pra valorizar o "feito" de se completar a prova. Desde o momento que se pega o kit, com colocação de pulserinha de identificação de atleta, a feira, o check in da bike no dia anterior, o congresso técnico e, enfim, a prova.

Peguei meu kit na quinta feira, todo orgulhoso. Depois disso, com um monte de sacolas da feira, entramos no parque (a primeira de muitas vezes. Era só o que se tinha pra fazer).


Os dias que se seguiram foram de expectativa. Minha bike chegou no final do dia, na quinta feira. Foi de carro com o Rodrigo, cada vez mais meu parceiro de "busca".

Últimos acertos. Arrumação do bento-box, da bolsinha de selim com câmara reserva, CO2, ferramenta. Teste do cateye, ajuste das rodas. Por fim, a montagem das sacolas:


Sempre é bom dar crédito pra quem merece. A Cláudia me ajudou demais com a organização das "tralhas". Dias antes da prova, pós operada e digitando com uma mão, me mandou umas 3 listas do que se colocar nas sacolas. Tá aí o resultado! Tudo bonito e organizado. Acerto!

Check in da bike. Primeiro momento de frio na barriga FORTE. Bike entregue e colocada no cavalete. Uma noite inteira "no tempo" porque o tonto aqui não quis pagar 15 reais pela capa de proteção (é caro, mas quanto custa tudo o que eu estava deixando lá?). Erro.

Depois, um staff explicou tudo como seria no dia seguinte. Coloquei as sacolas, marquei a posição delas e saí da tenda pra ver as bóias no mar. Tudo entregue, explicado. A prova já tinha começado.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ironman Brasil 70.3


Pra quem não está familiarizado com esse mundo (de loucos), aí vão algumas explicações:

Ironman é uma marca registrada, assim como seu símbolo (dotted M). Essa "marca" organiza provas ao redor do mundo nas distâncias ironman (3.8/180/42 km) e meio ironman (1.9/90/21 km). Em milhas, 140.6 e 70.3, respectivamente. Cada prova dessa, distribui vagas para as respectivas finais, no Havaí e em Clearwater (Flórida), o topo do Olímpo do triathlon de longa duração!

Então, uma eventual dúvida está respondida: estou indo pra Penha-SC, fazer uma prova da marca ironman, na distância 70.3 milhas, ou seja, um meio-ironman, que acontecerá no dia 28/08, às 9:00.

Eis que então, entrei na semana da prova!

Não sei por que, acho até por falta de experiência, não me dediquei muito à preparação logística da prova. A parte física, depois do treino de sábado passado (blogado no último post), está ok. Treinei com muita dedicação, não perdi nenhum treino (ok, só um), mas esqueci de treinar alimentação, o que eventualmente cairia bem ou iria embrulhar na boca ou no estômago, enfim...bateu o desespero, não pensei o que vestir, etc, etc, etc...!

Mandei um email pra Cláudia (a do blog, sempre a Cláudia) e ficamos quase 30 minutos no telefone resolvendo todas as crises e dúvidas. Percebi que quase todas eram dúvidas bobas, realmente de principiante, mas em um item, o tom de voz dela mudou: a alimentação.

Percebi que eu precisava evoluir nesse quesito. Então, a partir de dicas preciosas dadas por ela e com base na experiência da maratona no início do ano, pesquisei e montei um super esquema, que vou por à prova aqui no blog, sempre aberto à críticas (construtivas, sempre) e sugestões.

Baseei o esquema na ingesta de 50 g de carboidrato/ hora, quantidade que o corpo consegue absorver, sem os transtornos causados pelo excesso de consumo (dizem que as cidades que sediam provas de longa distância contribuem consideravelmente pro aumento do aquecimento global, dada a quantidade de gás metano produzida pelos participantes....piadinha....ou será que não é?). Além disso, um aporte calórico em torno de 400 Kcal/ hora. Sem esquecer do líquido, 1.000 a 1.500 ml/ hora.

Segue um esquema resumido que preparei. Quem quiser, posso mandar por email:

Pré prova:

1 hora antes: 500 ml de água
15 minutos antes: 1 gel Gu

T1: garrafinha com 300 ml contendo "preparado especial" + BCAA

Pedal:

1ª hora: 2 bisnaguinhas com geléia, bananinha (de Paraibuna), 9 palitos de sticksy, 30 g de amendoa
2ª hora: gel gu, bananinha (de Paraibuna), 30 g de amêndoa, balas de gelatina, agua
3ª hora: gel gu, bananinha (de Paraibuna) , 9 palitos sticksy, 30 g de amêndoa.

OBS: "pulo do gato": bananinha passa, rico em potássio; amêndoa, calorico, com boa quantidade de carboidrato e sódio; alimentos sólidos, caem melhor no início da prova.

T2: garrafinha com 300 ml contendo "preparado especial" + BCAA + 1 gel Gu

Corrida:

Gel Gu no 6º, 12º e 18º kms.
Água e Isotônico nos postos de hidratação.

E aí? Show?

Minhas sacolas:

Natação:

- 2 toucas ( a da prova e outra por baixo pra prender o óculos)

- Óculos natação

- Macaquinho (opção bermuda + top)

- Vaselina

- Body Glide

- Gaze

- Micropore

- Protetor Solar

- 1 Gel Gu

- água

Ciclismo:

- Garrafinha de “preparado especial” + BCAA

- Capacete

- Luvas

- Óculos Sol

- Cinto porta numero (com numero)

- Sapatilha

- Camiseta ciclismo (opção)

- Vaselina/ Chamois

Corrida:

- Garrafinha de “preparado especial” + BCAA

- 1 Gel Gu

- Tênis

- Meia

- Shorts/ Camiseta (opção)

- Boné

- Faixas joelhos

- Vaselina

- Protetor Solar

NÃO ESQUECER DE LEVAR PARA A ÁREA DE TRANSIÇÃO NO DIA DA PROVA

- Caramanholas com água

- Garrafinhas com preparados especiais e colocar nas devidas sacolas

- Alimentação preparada e dividida para caber na bolsa de quadro

- Câmaras reservas (pré testadas)

- CO2


NÃO ESQUECER DE NADAR, PEDALAR E CORRER!


Vamo que vamo. O melhor, serão 10 dias de férias, longe de trabalho, perto de quem eu gosto, fazendo o que eu gosto. Ô beleza!


sábado, 14 de agosto de 2010

Com a Força da Mente

A primeira coisa que me vem à mente lendo esse título é o Aquaman com seu poder telepático, chamando as criaturas marinhas (ok...PÉSSIMO).

Ou então, algum charlatão entortando um garfo, ou uma colher.

Na verdade não é nada disso.

Lembrança do final da infância, começo da adolescência, um professor de tênis de um dos meus irmãos, amigo da família de longa data, dizendo que entre os top 100 do ranking, o nível técnico era rigorosamente o mesmo, o que diferenciava o 1º do 100º era a cabeça, o autocontrole.

Será? Seria?

Acho que essa afirmação nunca seria verdadeira no nosso esporte, mas enfim, é um bom ponto de partida pra uma constatação minha nesta última semana.

Estou a 2 semanas de outro grande desafio do ano, mas até agora, não tinha nem tocado nesse assunto por aqui, diferente da maratona, prova para a qual criei uma enorme expectativa, comemorando cada conquista nos treinos e claro, na prova.

No dia 28/08 vou fazer minha primeira prova com distância 1/2 ironman, em Penha, justamente o Ironman 70.3 Brasil, mas até surpreendentemente pra mim mesmo, não estava TÃO animado.

Tive treinos difíceis como os 100 km em Romeiros, mas de verdade, nenhum que me desafiasse TANTO como o ciclo de preparação pra maratona de São Paulo, em maio.

Logo na entrevista na nova casa de treinos, a MPR, meu (futuro) treinador disse que o ciclo pro 1/2 era tranquilo, muito diferente de um ciclo pra maratona ou pro ironman...e realmente tem sido. Sinto até que poderia dar mais, principalmente na natação.

O duro é que as vezes, essa tranquilidade relativa pode ser um tiro no pé. Você fica se questionando se realmente está preparado.

Tive uma semana bem difícil. Stress no trabalho, treinos feitos com sofrimento, entorse leve no tornozelo em um dos treino de corrida, perdi a hora do treino na madrugada de terça, bem recompensado por um dia inteiro de descanso apoiado por muitos no facebook e MUITO bem aproveitado, diga-se de passagem. Dores pelo corpo...articulares, musculares.

Um inferno.

Eis que hoje, sábado frio e com garoa, depois de uma pequena luta interna pra sair da cama, vejo que a minha primeira afirmação, no início do post (a cabeça ser determinante para o desempenho), faz todo sentido.

Cheguei pra treinar e me atrasei de propósito pra fazer o treino sozinho, no meu ritmo.

Assim que cheguei, encontrei o Marcos Vilas Bôas me chamando pra fazermos juntos. Só estava faltando o Marcos Pereira (ambos, meus parceiros em Romeiros). Na hora pensei...lá se vai meu treino tranquilo...os caras têm MOTORES nas pernas!!!! Vamos lá. Já tinha saído da cama mesmo.

Começamos tranquilo. A insegurança devido a 1 semana de maus treinos foi aos poucos me deixando em paz. Treino forte, com intensidade e qualidade e mais que isso, em ótima companhia.

Sem perceber, terminei o treino sem dores (nem novas e nem antigas), com a confiança restabelecida e melhor, animado para a prova que se aproxima, lembrando que não é QUALQUER prova....é uma prova com a marca ironman. É minha estreia no mundo ironman.

Engraçado como funcionam mente e corpo.

Em tempo, o treino hoje mostrou que minhas pernas estão em dia, minha preparação está sendo muito bem feita e não perdi a base adquirida com os treinos pra maratona no 1º semestre. Boas coisas a caminho.

Que venha Penha!


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Lições


Hoje eu pedalei 60 km.

Ok, qual a façanha nisso?

Houve um tempo que qualquer distância no pedal maior que 30 km era LONGÃO. Hoje em dia, esse é um treino de um dia de semana e, convenhamos, não sou atleta na concepção da palavra. Minha profissão é outra. Moro em São Paulo, um lugar que facilmente anda-se - de carro, por ruas esburacadas e congestionadas - mais de 50 km por dia. Não me sobra MUITO tempo pra ser um ATLETA....mas me equilibro na corda bamba...todos os dias!

Então por que estou contando isso?

Bom, poderia ser porque o inverno resolveu dar as caras e temos tido dias de frio e garoa. Fiz meu treino no rolo. Sessenta quilômetros estacionado, vendo rigorosamente a mesma paisagem por quase 2 horas.

Falando assim, estaria cometendo uma ENORME injustiça. Foi o treino "estacionado" mais divertido que já tive. Fui de carona pra cidades no interior e litoral de São Paulo, conheci pessoas, nadei em rios, lagos revoltos ao redor do mundo, treinei como um doido no frio e finalmente atravessei o Canal da Mancha, a nado. E o melhor, com o recorde latino americano!

Calma, não fiquei doido. Não tinha nada ilícito nas minhas garrafinhas de água.

Minha companhia de pedal hoje foi a Ana Mesquita, através do seu livro, A Travessura do Canal da Mancha.

Lendo o blog da Ana, vi um post dela que dizia ter encontrado o Cielo no Pinheiros e ela ficou espantada de estar diante do cara mais rápido do mundo....uma pessoa que parecia TÃO normal!

Então, é esse gancho que eu vou pegar.

O fato é que me identifiquei demais com O QUE ela contou e COMO ela contou.

O motivo que a levou a uma coisa dessas (um "porque eu quero" cai muito bem), os "complexos de inferioridade" em insistir em olhar pra outras pessoas, as vezes aparentemente mais fortes, mais preparadas e achar que seu objetivo está muito além de suas forças, o "casamento" entre o sonho e o objetivo. Enfim, coisas que eu estou vivendo intensamente na minha busca.

Durante a leitura do livro, fiquei emocionado várias vezes. Uma delas logo no começo, quando ela conta que escrever o livro da forma como ela lembrava, fazia dela uma pessoa mais feliz, com mais esperança em lembrar de tempos mais felizes. Exatamente o que eu escrevi no comecinho desse blog: que queria fazer dele um diário pra que eu nunca esquecesse de um tempo que quero muito me lembrar: o caminho percorrido pra se chegar a um objetivo é na verdade a própria recompensa!

Mas, talvez o que mais me inspirou pra esse post foi outra coisa.

Assim como a Ana, todos nós temos nossos ídolos. Ela lista os ídolos dela numa passagem do livro: O Ricardo Prado, o Guga, o Oscar "mão santa", o Senna. TODOS, sem dúvida, meus ídolos também.

Disse que esse blog seria um testemunho de como essa experiência iria mudar minha forma de pensar. Pois eu acredito ter encontrado a minha primeira grande conquista dessa busca e foi algo melhor do que eu poderia imaginar:

Ídolos de verdade.

Pessoas que, assim como o Cielo para a Ana, parecem tão normais, como eu ou você, mas que dentro dessa normalidade toda, têm TANTO à ensinar. Muito mais do que ídolos vazios, tão comuns hoje em dia (claro que NENHUM dos acima são vazios pra mim).

Por toda inspiração que sua RICA experiência vai me dar, valeu Ana.

Alguns pretendentes a ironman têm como livro de cabeceira o Becoming an Ironman. O meu é o A Travessura do Canal da Mancha. Não tanto por dicas de como se fazer a prova, afinal não vou cruzar o Canal, mas por todas as coisas com as quais me identifiquei TANTO, como ser humano.

Outra "ídala" de carne e osso também leu o livro e já me disse que vai blogar sobre as impressões dela! Vale sempre a pena ler o blog da Cláudia.

Pra quem se interessou: A Travessura do Canal da Mancha, por Ana Mesquita. Editora Grua.




Recomendadíssimo, mesmo que você não faça absolutamente nenhum esporte.




segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Trezentos Dias


02 de agosto de 2010, às 7:00.

Faltam exatamente 300 dias ( 9 meses e 27 dias) para o ironman Brasil 2011 (29/05/2011).

O tempo voa....tic, tac, tic, tac, tic, tac