domingo, 24 de outubro de 2010

Má Educação

Quem anda, corre ou pedala nas ruas, treinando ou simplesmente passeando, tem que seguir uma lei: Tome conta de você mesmo. Ninguém liga a mínima.


Hoje, no meu "longuinho" de corrida, 18 km nas ruas dos bairros vizinhos, quase fui atropelado. Não vi o carro chegando? Sim, ele estava parado no farol vermelho. Ele me viu? CERTAMENTE. Avisei minha intenção de atravessar (sobre a faixa), quase implorando que esperasse. Não esperou. Assim que o sinal ficou verde, arrancou.

Outro exemplo recente, dentro da USP: um carro sai do bolsão da psicologia e quase pega um dos amigos de treino que descia uma pequena ladeira a uns 40 km/h. Passado o susto vi que o carro, um gol prata, ostentava um adesivo na traseira com o famoso (pra quem faz triathlon) M vermelho. O cara pedala (mesmo que não pedalasse) e não respeita um colega de treino, mesmo que de outra assessoria.

Por isso, MUITO CUIDADO sempre. Pense por você e pelo descerebrado que vai tentar te acertar. Melhor ainda, tomemos cuidado extra para não repetirmos essas atitudes!





segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dia do Médico?

Acho que aos poucos estou fugindo do objetivo primário do blog, mas prometo resgatar em breve o mote original.

Algumas coisas não podem ser deixadas de lado.

18 de outubro - dia do médico.

O que vamos comemorar exatamente?

A forma como somos tratados por quem deveria nos valorizar, entre estes, os próprios colegas de profissão, os pacientes, as pessoas que nos pagam (leia-se convênios médicos).

Um dia, há não muito tempo, essa escolha já foi motivo de orgulho para a família e, não raro, a inspiração vinha de dentro de casa mesmo. Quantas gerações de médicos não se via dentro de um mesmo núcleo familiar. Minha mãe é médica, por exemplo.

Tirando-se casos pontuais, acho cada vez mais difícil isso continuar a acontecer.

Perdeu-se por completo o respeito e quando falo isso, não faço do médico o ser divino inquestionável. É o respeito que se deve a alguém que no mínimo dedicou 6 anos da vida à graduação, outros 3 ou 4 anos à especialização (residência) e que mesmo assim, continua sempre a aperfeiçoar-se sob o risco de ser engolido pelo trem rápido (ainda bem) do avanço científico/ tecnológico.

Somos roubados por convênios, por todos os lados. Como pacientes pagamos fortunas, reajustadas religiosamente todos os anos. E me pergunto: pra onde vai esse dinheiro? Procedimentos cirúrgicos, consultas, exames pagos com valores irrisórios (de verdade), por anos não reajustados, defasados. E se todos nos mobilizarmos contra isso? Sempre vai haver quem seja condescendente e aceite trabalhar com valores cada vez menores. Isso acontece todos os dias e pior, essas pessoas "condescendentes" estão tomando conta do mercado. O futuro, muito pior que o presente.

Somos desrespeitados pelo volume de informações duvidosas e superficiais a que todos temos acesso hoje em dia. O Dr. Google é o médico mais popular e visitado do mundo. Todos achamos que de médico e loucos temos um pouco. Será? Lembro bem de uma passagem da minha vida, enquanto era aluno da faculdade. Uma parente de uma antiga namorada perguntando: "Como é a faculdade de medicina? Vocês ficam estudando bulas de remédios????". Como se ser médico fosse apenas dar o remédio (de preferência certo) pra cada doença. É APA (duvido que você "me leia", mas preciso dar o crédito pra sua frase, dita em outro contexto, que o "excesso de informação também gera distorção". Acho que não é nem o excesso, mas sim a informação de má qualidade).

O mercado é inundado anualmente com médicos recém formados mal preparados, por escolas que recebem concessão de ensino pelo MEC que só querem saber do dinheiro da mensalidade e que não apresentam estrutura mínima para o ensino médico.

Por fim e, na minha opinião, o mais assustador, somos desrespeitados até entre nós mesmos. Tenho inúmeros exemplos vividos na prática, no dia a dia, mas não vale a pena serem assim expostos, sob o risco de se repetir uma prática cada vez mais comum: a atitude anti-ética (ou seria antiética???).

Não sei se incentivaria a minha filha se ela escolhesse essa profissão.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Carimbos no Passaporte Virtual


  

Brasil
2.358
Estados Unidos
114
Japão
27
Canadá
20
Portugal
9
Espanha
4
Reino Unido
2
China
1
Alemanha
1
Croácia
1

Não conhecia essa ferramenta do blog: Estatísticas

Olha que legal. Desde que o site está hospedado aqui no blogspot, já viajei pra muitos lugares, alguns totalmente inesperados como Croácia, China.....China????????

Tenho um contador de países na coluna da direita do blog, com visitas herdadas ainda do outro site (Abril)  do Marrocos, países escandinavos, Russia, França, Austrália (só pode ser o brother aussie) entre outros, mas acho que essa ferramenta não é muito confiável.

Outra ferramenta legal é a origem do tráfego. A partir de quais sites as visitas são originadas. A imensa maioria das minhas visitas vêm do blog da Cláudia, mostrando a popularidade do blog dela. Outros vêm de procuras pelo google, blogs de pessoas como o Kiko, que já se identificou e trocamos mensagens, algumas experiências e a certeza de nos conhecermos em Floripa no ano que vem. Existem também blogs que me seguem mas que nunca entraram em contato e por acaso descobri que estou na lista de blogs favoritos dos seus autores.

Povo tímido! Até mais que eu!

Vamos mostrar as caras.

Pô, muito curioso pra saber quem me visita tanto dos EUA, do Canadá, do Japão ou dos que esporadicamente me visitam de Portugal, Espanha, Inglaterra, CHINA!

Mandem mensagens, comentários.

Sei que as vezes os textos não são interessantes pra todo mundo ou não contribuem diretamente para aumento da experiência no esporte, mas antes de tudo, esse blog é um DIÁRIO DE BORDO, o meu diário de bordo. 

Falo o máximo que eu posso sobre o meu enfoque à cerca de coisas que possam interessar às pessoas,  mas também falo de coisas que só interessam a mim, como o último texto.

Quero continuar a dividir o que aprendo e, antes de tudo, quero continuar a aprender!

Vamos combinar?

Quem passar por aqui pela primeira vez (ou mesmo os habitués que nunca se identificaram) de outros países ou mesmo dentro desse enorme Brasil vai deixar um comentário. Nem precisa ser referente ao texto lido. 

Vou ver se acho alguma ferramenta do tipo "livro de visitas".

Se quiser, clique no box "Seguir".

Simples assim:

Sou FULANO, da CHINA (da CHINA??????????), te achei deste jeito e passei pra uma visita!

ESPETACULAR......CHINA?!?!?!?!?!?!?!?!?!



sábado, 9 de outubro de 2010

Companheira de Jornada


O assunto não é muito original. É até recorrente.

Ouvi durante a semana que passou uma frase de uma pessoa que nem faz parte do "núcleo atlético" da minha vida (parece novela): "Comece a correr e nunca mais deixe de sentir dor".

A dor. 

Velha conhecida de TODOS: atletas profissionais, atletas amadores como a grande maioria, atletas  de finais de semana, sedentários...

Certamente existe uma certa dose de prazer na dor e nem estou me referindo à assuntos impróprios para menores de 18 anos.

Quem não se sente vivo ao se terminar um treino que exige muito do corpo, como por exemplo, pedalar em Romeiros? Daqueles que deitamos e sentimos cada músculo contraído pelo esforço. 

Ou então, durante uma sessão de massagem, shiatsu.

Nem sempre a dor é ruim.

Meu irmão "australiano" se auto proclamou diretor do "documentário" sobre meu ironman. Entre idas e vindas na ponte aérea Austrália/ Indonésia, já trabalhou como fotografo de surf e atualmente faz um curso de edição de imagem (vídeo). Ele me pediu pra que eu fizesse um diário, não só por escrito como este blog, mas também por vídeo, para inserir no making of de um ironman. Deu instruções: você registre tudo - momentos bons, de alegria ao se completar provas, momentos duros pela dificuldade dos treinos, frustrações, etc.

Eis aqui um momento difícil: a dor que é ruim.

Posso fazer uma lista enorme do que dói: fasciíte plantar (herança da maratona de SP), meu dedão do pé direito, as canelas por sobrecarga da gordura subcutânea junto às tíbias, meus joelhos que na verdade são meus "tendões de Aquiles", minhas costas, meu ombro direito.

"Pô, mas você é médico"

É, sou...e daí?

Isso não quer dizer que tenho que ser o MEU próprio médico.

Coisas que aprendemos com o tempo: a gente não pode querer segurar o mundo nas costas. 

Alguns exemplos.

Vivia fazendo ultrassonografias de rotina na Vivi. Um dia, um chefe de quem eu gosto muito (não trabalho mais com ele) me disse: "Daniel, nunca misture as coisas. Um dia você pode ter uma surpresa ruim, ou negligenciar algo importante". Detalhe, ele diagnosticou um câncer na própria esposa.

Outra foi ainda mais cruel. A Júlia, antes de fazer 1 ano começou a ter  manchas avermelhadas pelo corpo. Nunca dei bola, até que, por insistência da Vivi, resolvemos ligar pro pediatra. Fomos até onde ele estava. Ela foi examinada. Com muita preocupação, ele disse que teria que pedir alguns exames e ela iria ser picada. Tudo bem. De repente, a cabeça de médico começou a pensar: febre recorrente, semana sim/ semana não com alguma virose, manchas na pele. PORRA, o cara tá pensando em leucemia!!!!!!!!!!!!

Fomos pra casa e por telefone ele passaria o resultado.

Até a merda do coagulograma ficar pronto, sofri como um FILHO DA PUTA, chorei trancado no banheiro tomando banho. Isso tudo, sem poder deixar transparecer pra Vivi. 

Não era!

Por isso não sou médico 24 horas por dia. Sou gente. Sinto dor e muitas vezes não posso resolver tudo. Muitas vezes não sei todas as respostas.

O treino longo de corrida desta semana foi sofrido. Muita dor. Muita frustração. Muita dúvida se realmente vale à pena e até onde se submeter a isso pode me levar.

Sempre digo, envelhecer é se acostumar com as dores que vamos ganhando. 

É inevitável e, desde que não seja incapacitante, como não são, não vou ficar ligando pra nenhum amigo meu pra me queixar de dores depois dos treinos.....teria que fazer isso todos os dias.


Nada como um dia após o outro.


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Domingo de Cidadania



Democracia = Governo do Povo (demo=povo e kracia=governo).

Mais um legado grego para a humanidade.

É assim: a cada ciclo eleitoral, viramos (quase) todos cientistas políticos e com a paixão que é peculiar aos brasileiros.

Engraçado como nós conseguimos ser experts em tantas coisas e depois virar as costas para todas elas. 

A cada quatro anos sabemos a diferença exata entre yukos, kokas, wazaris e ippons. Por outro lado, pergunta se esse entusiasmo todo vira apoio por parte das confederações (não só de judô), por parte do empresariado.

Em outro ciclo de 4 anos, viramos técnicos de futebol. Sabemos onde joga Michel Bastos ou outros caras que só aparecem como brasileiros em épocas de copa. Depois (ou antes) eles estão mais preocupados com euros, loiras, carros e contratos....não necessariamente nesta ordem.

Não vamos desviar o assunto. O negócio é política.

Muito legal esse negócio de redes sociais. Claro que tendemos a colocar nessas redes uma pequena parte do que na verdade somos. A parte que queremos valorizar. Mesmo assim, a gente consegue vislumbrar o que cada um é.

Nessa época de eleições, todo mundo gosta de expor suas preferências. 

Tenho algumas pessoas na minha lista do facebook que acham que o comunismo/ socialismo ainda existem. Defendem com unhas e dentes o legado social do governo atual (leia-se bolsas esmolas e obras sempre inacabadas do PAC) , assim como o grande mentor deles, que trata a todos os outros candidatos e partidos como inimigos. Perigoso isso hein?. Será que ninguém se dá conta?

Tem também aqueles que realmente entendem e defendem seus pontos de vista de forma coerente, independente se são petistas, tucanos ou nenhum deles (infelizmente só temos duas forças).

Tem outros que como muitos, infelizmente, nem sabem em quem votaram ontem.

Quase todos, sem medo de errar, quando tudo se encerrar no final de outubro, vão continuar suas vidas. Algumas mudanças podem impactar, mas ela (a vida) segue. Vamos continuar a reclamar da corrupção, dos nossos deputados, dos nossos senadores, dos nossos juízes...até as próximas eleições.

Esse é o povo (demo) que governa (kracia) que elege o Tiririca, um palhaço em todos os sentidos da palavra, com  mais de 1 milhão de votos. Mais que o dobro do segundo colocado, que também não é grande coisa.

E a culpa não é dele (nem o mérito). O máximo que eu posso fazer, além de claro, não votar nele, é não ouvir a música dele, não assistir aos programas em que ele aparece, não ir ao circo onde ele trabalha. O problema é que o circo pra onde ele vai é a assembleia legislativa. O lugar onde as leis são criadas e aprovadas.

O gênio (do crime) que o colocou lá, tão conhecido por envolvimento em outros episódios nefastos da nossa vidinha política, teve o "insight": vou colocar uma marionete, puxar votos do povo "ignorante + insatisfeito + descompromissado + o que quer que seja"pro meu partido (coligação) e vou botar minha corja no "lugar de direito".

Cada um tem o que merece. Agora vamos cobrar do Tiririca as reformas necessárias (tributária, política, etc, etc...)

Será que Péricles imaginaria que seu sistema de governo (que nem era assim TÃO democrático na conotação atual da palavra) iria descambar pra isso?

Bom, no Brasil, TUDO é possível.

Em tempo, eu estou orgulhoso do meu voto. Votei na Marina. 

Não porque o programa de governo do partido dela seja excelente (o que realmente não é, vide reportagem da Veja desta semana), não como forma de protesto. 

Sim por me identificar com suas ideias (não só políticas).

Por achar que ela tem uma bela história de vida.

Por achar que ela foi extremamente injustiçada pelos "camaradas" e pelo partido que ela ajudou a criar enquanto fez parte do governo.

Por concordar com as opiniões sobre sustentabilidade.

É o que eu consigo listar no momento.

Votei em quem eu acredito, consciente de que desta forma, não estaria contribuindo para a eleição em primeiro turno de quem eu não queria.

Agora eu voto no Serra. Não como voto útil, para evitar a eleição do PT, mas também por acreditar que ele pode ser um melhor presidente do que o Zé Dirceu....ops, o PT, a Dilma.


Os palhaços somos nós!

Antes disso, meu domingo começou cedo, na estrada dos Romeiros, 100 km na companhia do Marcos Pereira, com muita subida, vento contra (na ida e na volta!!!! Como isso foi acontecer????), chuva. Minha bike tá parecendo uma mountain bike de tão suja. Ainda estou cansado, mas feliz!