segunda-feira, 28 de novembro de 2011

VAI ABRIR UMA VAGA!!!!




Hoje fiz o que ensaiei durante muito tempo.

Mandei um email pra Latin Sports desistindo oficialmente da minha inscrição pro Ironman Brasil 2012. Já recebi resposta e já enviei os dados para o reembolso.

Sem dramas, sem crises, sem frescuras. 

Simples assim: Não vai rolar. Não vou fazer.

Tinha um motivo pra eu ter chegado decidido na entrevista no escritório da MPR no final de abril de 2010, pro susto do então meu futuro treinador: "eu vou fazer um ironman em maio de 2011. Você está comigo ou vou bater na porta do Butenas?" (essa última parte é mentira....ou melhor...é meu campo de distorção da realidade - estou lendo a biografia do Steve Jobs).

Ele tentou argumentar, dizendo que o tempo de preparação ideal para iniciantes na distância eram dois anos. Mas eu já estava nesse ciclo há 1 ano. Não da maneira ideal, mas eu provei que estava comprometido e podia realizar, mesmo nunca tendo feito um meio ironman.

Tinha que ser em 2011.

Eu(nós) tinha(mos) planos de aumentar a família. 

Meu trabalho estava num estranho período de "colaboração" no que diz respeito à disponibilidade para treinar. Não sabia quanto tempo isso iria durar.

Coisas talvez incompatíveis com um ciclo de treinamento com a dedicação que um Ironman exige e merece.

O iron veio e foi. Foi espetacular. Tudo deu certo e mostrou que tenho potencial para melhorar.

Depois, o que eu esperava aconteceu. O esquema de trabalho mudou. Muita gente saiu diante da nova proposta e ninguém foi colocado nestes lugares vagos. Estou trabalhando muito mais que há dois ou três anos.

No início de junho eu ainda não sabia, mas pouco depois viria a saber que estávamos novamente grávidos. Cheguei a pensar em planos mirabolantes para uma babá ajudar nos meses de março, abril e maio, quando os treinos chegar a durar 7 horas num único dia aos finais de semana. 

Mas eu não sou assim. Tenho orgulho em dizer que acordei em todas as madrugadas que a Julia chorou quando recém nascida (e até hoje.....mulheres!!!!!). Se não podia dar de mamar, ficava acordado com a Vi, por solidariedade ou então me encarregava de fazê-la arrotar (pra quem não tem filho, são 15 ou 20 minutos intermináveis quando o relógio marca 2 ou 3 horas da manhã). Curti isso. Não vou deixar uma babá fazer isso por mim.

Depois veio a lesão. Fratura por stress? Impacto do quadril? Não tenho mais dor. Voltei a nadar. Pedalo de vez em quando, passeando. Nunca mais corri desde o dia 03/07/2011. Tenho medo.

Muita gente vai pensar que dor não é privilégio meu. Vivemos com dor.

Essa dor foi diferente. Atingiu diretamente minha autoconfiança. 

Sempre nadei e tive dor no ombro. Parava dois dias, melhorava e voltava a nadar. Sabia que não era importante. 

Corria e tinha dor no joelho, na patela. Sabia que não morreria disso e sim, morreria COM isso. Cheguei a ficar algum tempo parado quando a dor apareceu. Voltei a correr com faixas nos joelhos e depois, por incentivo do meu atual treinador, abandonei-as. Sabia que não era nada pra me preocupar.

Desta vez é diferente. Algo me martela na cabeça. Desta vez é sério. Sinto vontade de voltar a treinar como antes. Mas, mais do que vontade, tô com um cagaço enorme de ter meus movimentos prejudicados quando for mais velho.

Penso que o Ironman está lá. Sempre vai estar. A tendência é até termos mais de uma prova "nas redondezas". Existem outras trinta e tantas ao redor do mundo. Tenho 39 anos. As categorias vão até 70 anos (ou mais).

Tenho certeza que vou fazer outra(s) prova(s). Vou fazer do meu jeito e sei o que quero dizer quando digo isso.

A única coisa que não consegui ainda resolver é se tenho vontade de continuar com o blog. Adoro escrever e expor o que sinto. Nem esperava que alguém fosse ler. Talvez se continuar, nem faça tanto alarde, colocando lembretes de compartilhamento no facebook, que às vezes acho que mais incomoda do que faz lembrar às pessoas que queiram ler. Já não sei se tenho muito a acrescentar.

Se minha vaga for mesmo colocada "à venda" de novo, vou ficar feliz se souber com quem ficou e poder torcer! Torcer muito.

Boa sorte pra quem for tentar. 

Vamo que vamo! Sempre

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Triathlon, dá uma licencinha por favor


Direita? Esquerda?

De quem?

Quem é esquerda? Quem é direita? E tem o centro? O centro simpático à esquerda? Neoliberais, etc...etc...etc.

Esse conceito de direita e esquerda começou a ser usado na política em 1791, quando da criação da Assembleia Legislativa francesa, após o início da Revolução Francesa (1789), que derrubou o reinado absolutista de Luis XVI.

Nesta Assembleia, os Jacobinos, representantes do proletariado e da pequena e média burguesia, sentavam-se à esquerda e os Girondinos, representantes da alta burguesia, à direita.

Era somente uma questão física. De espaço. Todos eles tinham um ponto em comum: eram contra a monarquia absolutista. Por uma lado, Girondinos defendiam posições moderadas que visavam manter as conquistas e preservar o poder econômico. De outro, os Jacobinos mais radicais em defesa dos seus interesses.

Com o tempo, os termos começaram a ser associados a ideologias. 

E hoje?

Vamos lembrar alguns fatos dos últimos 16 anos, pelo menos:

Vivemos em uma democracia. Desde 1989 nós votamos (novamente) para presidente.

É uma democracia corrupta, mas é uma democracia consolidada!

Falei que ia falar dos últimos 16 anos (ou um pouco mais), porque aí essa história fica mais interessante.

Elegemos um presidente que apesar de filho de militar, autoexilou-se no Chile e na França durante anos, com o início da ditadura militar. Em 1968 voltou ao país e começou a dar aula de Ciências Políticas na USP. No mesmo ano foi afastado de suas funções acadêmicas por força de um Decreto-lei. 

De esquerda.

Fundou um partido com outros políticos na mesma situação: ex exilados que foram perseguidos pela ditadura. O mesmo partido que neste ano foi reclassificado como centro-direita por uma pesquisadora americana, Frances Hagopian.


Seu governo teve como aliado o PFL (hoje Democratas), um partido que antes foi o PDS e mais antes ainda foi Arena, que sustentou a ditadura militar.

De direita.

Mas o melhor ainda estava pra acontecer.

Em 2002, O Lula foi eleito, consagrando definitivamente a democracia. Operário e sindicalista. Eleito e aclamado pelo povo. 

Líder de um partido de esquerda.

Aliou-se ao PMDB. O resto de um partido (e de políticos), depois da criação do PSDB. Um partido sem muito rumo, sem muita definição. 

Em 2010, uma ex-guerrilheira fichada pela polícia, presa e torturada nos porões da ditadura, foi eleita. Mais esquerda, impossível.

Tem aliados no PMDB, PCdoB entre outros. Nomes que vão caindo como dominó vitimas de denúncias de corrupção.

Ideologias caem diante da ideologia do poder.

O PCdoB não tinha comunistas que comiam criancinhas? Que iam colocar flagelados pra morar na sua casa se chegassem ao poder? Hoje eles se associam a bandidos que tiram dinheiro de organizações que deveriam incentivar  esporte. Que deveriam dar uma esperança de um futuro longe do crime.

Mas o que importa é estar no poder. Sai o "João"...entra o outro "João", desde que os partidos não percam a "boquinha".

Onde eu quero chegar com isso?

Na minha modesta opinião apartidária, há algum tempo não existe mais direita ou esquerda pelo exato motivo que eu acabei de dizer. Acabou a ideologia. Todos nós temos posições hoje que se aproximam tanto da esquerda, como da direita. Acabaram-se os "puristas". 

Para eles, os políticos, o que importa é o poder e mamar na teta do governo, às nossas custas.

E esses babacas na USP (estudantes marionetes e lideres desse movimento estudantil débil e sem causa) estão fazendo o quê? 

Querem a USP como ilha dentro da cidade. Querem território livre para quê? Para livre ação de traficantes?

No passado fazia sentido não se querer a PM lá dentro. Mas hoje?

O estopim da ocupação foi a prisão de três maconheiros vagabundos. Durante muito tempo, a própria Ruth Cardoso lutou contra a descriminalização. Não conseguiu. Portanto é crime portar e usar a maconha. E pra ser sincero, cansa muito o papo de maconheiro dizendo que é natural, etc, etc. É droga. Causa dependência física. É porta de entrada pra outras drogas. É crime. Tem um texto ótimo sobre isso (link aqui).

Mas drogas não é assunto do post. Na minha opinião tinha que ser tratado como assunto de saúde pública. 

A PM tem sim que entrar na USP. Apesar dos estudantes acharem que lá é um território exclusivo deles (somos chamados de comunidade externa), lá dentro eles devem obedecer às mesmas leis deste "mundo externo". Fazem passeata por segurança quando um estudante é assassinado? Então aceitem a proteção do Estado. 

Sejam coerentes.

E por favor, façam a barba e tomem um banho.

Amanhã eu quero treinar. Bando de babacas!