quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Primeira Maratona

Não estou falando da MINHA 1ª maratona (que na verdade é a segunda), mas sim da PRIMEIRA maratona.

Adoro história antiga, em especial do Egito e da Grécia.

Tinha a ideia de escrever sobre a história da maratona e SURPRESA....o texto já estava QUASE pronto. Tirei do site da prova de SP.

A lenda/ história da maratona comemora neste ano, 2.500 anos e o feito aconteceu no ano de 490 a.C.

A planície/ cidade de Maratona era o ponto de resistência dos atenienses frente ao ataque de Dario I, imperador dos Persas, na primeira das Guerras Médicas.

O general ateniense Milcíades enviou à Esparta e cidades vizinhas, seu melhor corredor, o mensageiro Filípedes, em busca de ajuda, percorrendo cerca de 200 Km em alguns poucos dias, retornando ao campo de batalha com os esperados reforços. Os gregos venceram e temendo que as mulheres atenienses tivessem sacrificado os próprios filhos para evitar o massacre prometido por Dário I (caso vencesse), novamente Filípedes foi enviado a Atenas para dar a notícia da vitória, extenuado pela missão anterior e pela batalha em si. O mensageiro correu cerca de 40 quilômetros entre as duas cidades e logo após a chegada, assim que deu a notícia ("Alegrai-vos, atenienses, nós vencemos!"), caiu morto.

Muitos afirmam que a história não passa de uma lenda. Outros, porém, garantem que o fato realmente aconteceu. O que importa, no entanto, é que a partir dos Primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, realizados em 1896, na Grécia, Filípedes foi homenageado com a disputa de uma corrida de 40 km, batizada como maratona.

A maratona passou a ter a distância atual de 42.195 metros em 1908, nos Jogos Olímpicos de Londres, quando a prova precisou se aumentada um pouco para que os atletas pudessem começar a corrida em frente ao Castelo de Windsor, diante da família real, e terminá-la no Estádio White City. Depois de 16 anos de discussão, em 1924, na Olimpíada de Paris, o percurso passou a ser oficial.

Portanto, maratonas têm SEMPRE 42.195 m. Qualquer distância diferente desta, NÃO É MARATONA.

Então, vamos TODOS agradecer ao grande grego Filípedes. Sem ele, não teríamos maratonas, ironman e nem com que nos divertirmos!

Tudo isso é MUITO legal! Aí embaixo, minha singela homenagem ao Filípedes!!!!!

Vamo que vamo! Tá chegando a hora!



segunda-feira, 26 de abril de 2010

Maratona de São Paulo Semana 16




É o que diz minha planilha de treinos!

Ôpa Déjà vu...Já vi esse começo antes (1ª semana de treino pra maratona de SP).

Lembro bem daquele primeiro treino. MUITA chuva e uma sensação de que tudo era muito distante e quase impossível.

Aqui estou eu...pronto pra encarar meu leão...o primeiro deles!

Independente do que aconteça no domingo, sou muito grato aos meus treinadores e mentores: o Hélio que como todo mundo hoje em dia, tentou ao máximo equilibrar-se na corda bamba do dia-a-dia pra conciliar a vida dele e o desafio proposto de desenvolver um programa de treinamento pra triathlon pra S&P e mostrou que sabe das coisas; o Leandro, dedicado, aplicado, eficiente e a cada dia mais parecido com o chefe e por último...o chefe, meu amigo Cláudio Castilho, conhecido por Feijão, Nêgo e mais recentemente como Mestre dos Magos (nunca ninguém sabe onde está, de vez em quando aparece, diz meia dúzia de "bobagens" e quando alguém decide tirar uma dúvida....ele não está mais lá).

Claro que tudo isso é brincadeira de gente que o respeita acima de tudo. É um grande privilégio ser orientado por alguém que foi aos Jogos Olímpicos de Pequim (entre muitas outras competições com o uniforme da seleção brasileira) como técnico do único maratonista brasileiro a terminar a prova.

Não faço ideia de como é o treino pra maratona do ironman. Nessas 16 semanas, vi o volume das outras duas modalidades reduzir drasticamente. O ciclo específico da maratona é puxado. Muito volume, muito tiro. Não vou dizer que foi um sofrimento, na verdade foi um grande prazer, mas meu corpo tá no limite. Nas ultimas duas semanas via que meu coração podia mais, mas minhas pernas não obedeciam.

Muitos treinos marcaram nesse período. Claro que os que dão melhor sensação de evolução pra quem quer correr uma maratona, são os longos. Ver o volume crescer de 20, pra 24, pra 28, pra 35 Km mostra que estamos chegando perto....mas os tiros (2 x 5.000m, 3 x 3.000m), vendo a média melhorar e chegar à ritmos abaixo de 4'/Km...e constantes...na minha opinião, são muito gratificantes. Gosto de sentir o coração pulando FORTE. Gosto da sensação de dever cumprido. Gosto de ver o tempo caindo!

Agora, é descanso, muita água, massagem (senão o Cláudio me mata...e tem que ser antes da 5ª feira) e se a Júlia deixar, noites bem dormidas!

DEPOIS....atrás de novos leões: 1/2 Iron de Penha...ou Ironman 70.3...como agora eles dizem!

NO, NO, NOTHIN'S GONNA STOP IT
NOTHIN' WILL DISCOURAGE ME, OH NO...

(meu hino...Van Halen - Top of the World...vou cruzar a linha de chegada cantando essa música...lógico, mentalmente...minha timidez impede qualquer outra manifestação diferente).

sábado, 17 de abril de 2010

O Futuro



Desta vez não vou escrever sobre triathlon, ironman, maratonas, treinos etc, etc, etc.....

Hoje vou falar o quanto me senti orgulhoso por ter escolhido a profissão que escolhi, mas com uma pontinha de (boa) inveja, por não ter seguido meu coração, quando escolhi minha especialidade.

Não costumo assistir muita TV, muito menos me empolgar com matérias relacionadas à medicina nos Fantásticos ou outros programas do gênero.

PORÉM.....o que eu vi ontem no Globo Repórter, com gente de peso e respeitável, como a Mayana Zatz (sou fã do trabalho dessa mulher) me chamou a atenção e mais, me fez vislumbrar um futuro brilhante. Melhor... me fez ver ver que estamos vivendo esta mudança

HOJE...estamos VENDO a história ser escrita!

Células tronco e sua INFINIDADE de possibilidades.

No longínquo ano de 1990, época do início do Projeto Genoma, falava-se muito em engenharia genética...era isso o que eu queria pra minha vida. Cheguei a por em dúvida minha escolha pro vestibular de medicina e pensar em fazer biologia, pra estar mais perto desse "futuro".

Fiz medicina. Sou muito feliz com a minha escolha, que me abriu portas, me deu condições pra muitas coisas que como biólogo ou pesquisador, talvez não tivesse (minha mulher é pesquisadora e sei o quanto é difícil a vida de cientistas no Brasil: falta de trabalho, baixa remuneração, etc...)

Mas ontem, meu olho brilhou, meu coração acelerou!

Possibilidade de cura de leucemia (só quem já viu ou já conviveu com crianças carequinhas e pálidas em enfermarias de hospitais sabe o quanto é triste isso), diabetes, melhoria de qualidade de vida de pessoas com sequelas diversas como AVC, tetraplegias, doenças congênitas, como distrofias musculares e muitas outras coisas....

Tá tudo aí...por ser descoberto...E vai ser.

Já imaginou, um futuro sem sofrimentos evitáveis, pessoas que gostamos vivendo felizes e lúcidas até o limite de nossas células, de nossas possibilidades.

Pena que isso esbarre em legislações ultrapassadas, avaliações de pessoas não capacitadas tecnicamente, crenças, entre outras coisas.

O melhor de tudo é que vamos ver isso tudo começar a acontecer: 10, 20 anos...quem sabe? Tudo anda MUITO depressa. Pessoas incansáveis, que doam a vida e todo seu potencial de trabalho com um único objetivo...vivermos melhor.

Isso é sensacional, maravilhoso!

E no futuro, todos nós, direta ou indiretamente, seremos beneficiados, até os que em nome de (de novo) leis ultrapassadas e religiões estapafúrdias, negam esse avanço que, queiram ou não, é INEVITÁVEL...FELIZMENTE.

Viva a ciencia!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Desde o início

CALMA....

Não vou contar meus 37 anos de história.

Tudo bem....existem passagens desta história que nem diretores do James Bond...ou pior, de novela mexicana, teriam coragem de incluir nos seus roteiros...mas...isso já são OUTROS 500...

Clichezão dos atletas blogueiros é contar como "cairam" nessa vida. Então agora é minha vez:

Não...nunca foi obeso, sedentário, nunca passei por sustos por causa da saúde, alimentação, etc, etc, etc....

Como já disse em outro post, já joguei futebol de salão na ACM da Nestor Pestana (Centro de SP), já nadei naquela piscina também e até hoje lembro bem de como era quente e de como cheirava a cloro aquele ambiente. Também lembro da dor que sentia quando tentava chegar até o fundo dos seus 3 ou 4 metros de profundidade (muito tempo depois, quando fiz curso de mergulho, aprendi que corri sérios riscos de romper meus tímpanos).

Em 1984, a seleção de volei do Willian, Renan, Montanaro, Bernard, Xandó, Amauri, Bernardinho e outros, levaram a prata em Los Angeles....começava minha carreira de jogador de volei...

A natação era uma constante...e não era exatamente o que eu mais curtia.

Depois, veio colegial, vestibular...PAU no vestibular e enfim, cursinho, em 1991.

De todas as atividades, só a natação (no Takeda da Heitor Penteado) continuava a fazer parte da minha vida esportiva. Nesse momento, houve uma mudança de postura (minha). O que era obrigação, passou a ser prazer. Era o único momento do dia, às 3ª e 5ª no final da tarde, que eu não estava sentado com a cabeça enfiada num livro.

Entrei na faculdade...UUUFFFFFAAAAA.

Logo de cara, competição entre calouros das principais faculdades de medicina. Queria voltar a jogar volei, no ALTO dos meus 170 cm, sem saber que alguns anos antes, os treinos nos escadões no ginásio da piscina do DEFE da água branca, com 3 Kg de peso em cada tornozelo e as vezes uma bola de areia de 5 Kg nos braços, pra compensar minha baixa estatura, foram responsáveis por eu, hoje, correr com duas indefectíveis faixas nos meus joelhos.

Eis que um grande amigo de infância aparece com uma novidade que iria mudar minha vida. Isso, em 92 ou 93.

Ele chegou todo animado, dizendo que tinha feito uma prova de natação e corrida, que chamavam de biathlon e era SENSACIONAL.

Eram tempos dos biathlons do Pinheiros, do Projeto Áqua...quando o Mansur saia sempre quase 2 minutos atrás da água e ganhava heroicamente. Quando o Felipe Pitta, o Eduardo Akira e o Adriano Bastos corriam na categoria de 13 a 19 anos.

Saí do Takeda, fui pra Aquasport, na Vila Madalena, nadar com o GRANDE Sílvio Kestner, o recordista dos 1500m borboleta da piscina do Pinheiros.....e com um tal de Cláudio Castilho, na época um moleque no 2º ano da faculdade, que as vezes chegava atrasado ao trabalho porque saia da aula em Mogi e dava um pulo na praia pra pegar onda...

Em 94 as provinhas de biathlon rarearam. Provas de natação, só os torneios masters....

O negócio era comprar uma bike! Vamos fazer TRIATHLON!

Ou você comprava uma caloi 12, que pesava uns 300 Kg ou comprava Trek ou Specialized, gastando uma grana violenta. Eu era "PAI"trocinado.

Por 482 reais, convenci meu pai a me dar uma caloi 12 laranja. Era pesada, tinha rodas tubulares, aro 28...mas era o que eu tinha. Comprei capacete, clip, cateye. Fiz um esforço de economia e comprei um pedal look, que acho que era 3 vezes maior que o meu atual Look Keo.

Em 95 estreei no troféu Brasil, em Santos. Fiz também provas na USP (quando não era parte do troféu Brasil), Internacional de Santos, Caiobá. Ficava puto se saia da água acima de 11 minutos, sofria, como sofro até hoje, em cima da bike....mas corria fácil...já cheguei a fazer 5 Km em menos de 19' em uma prova, o que era realmente muito bom, na minha opinião.

Lembro que em Santos, meu termometro era na saída para a corrida. Dependendo do momento que eu cruzasse com a Fernanda Keller (ela em direção à linha de chegada), eu sabia se estava bem ou mal.

Até que o dever (leia-se 5º e 6º anos da faculdade) me fez dar um tempo....

Voltei a fazer provas em 98...ano que fiz o serviço militar obrigatório como médico, na aeronáutica. Trabalhava das 8 as 11 da manhã..o resto eu treinava....

Como tudo que é bom acaba, em 99 fui fazer minha residência. Volta à vida de plantões, etc...

De 1999 à 2007, continuei a nadar, a correr...principalmente por causa de uma prova...Ilhabela Terra & Mar Adoro (adorava) esta prova. Este ano, a CORPORE mudou o esquema, tirou a natação, dividiu a prova em 3 e acabou a magia. Adorava o pretexto da prova pra ir pra Ilhabela...

Depois que a filhota nasceu, fiquei mais de 6 meses lambendo a cria, sem a menor vontade de fazer NADA!

Até que um dia, o Cláudio Castilho, hoje o respeitado técnico de atletismo do Pinheiros, da seleção Brasileira no Pan do Rio, Mundial de Berlim e Olimpiadas de Pequim, foi me buscar em casa: "Agora chega né doutor DuBlois".

Coloquei como meta a meia do Rio em 2009....Pensei: se tenho como meta a meia do rio, então consigo fazer um meio ironman.

Não satistisfeito, ouvi do mesmo Cláudio: Meio ironman é obrigação....seu desafio é o IRONMAN.

Mas correr uma maratona?????????

Eis aqui um ser que dorme e acorda pensando em ser um ironman.

Por que do trauma de maratonas?????? Em breve. Basta saber que a culpa é do meu querido amigo e treinador...na época, o moleque que pegava onda no horário de trabalho....


Claudião..o 2º da esq. p/ dir. Eu, último da dir.

Eu, Leandro Macedo e o Patrick (finiiiinho)

Saída do mar em Caiobá 1996.


Famosa Caloi laranja, Caiobá 1996

Sim.....eu tinha cabelo comprido...KKKKKKKKKKK

Não...a primeira foto não é minha....é minha princesoca, na foto mais linda que eu fiz (entre as mais de 5000 desde que ela nasceu), pouco tempo depois de ter vindo ao mundo


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Paixões

Paixões são cegas....estúpidas e ignorantes (ignaras)!

Sou (fui) exemplo disso e perdi muito tempo e outras coisas com quem não merecia.

Hoje sou sim apaixonado. Pela minha mulher, pela minha filha, pelo que eu faço no trabalho e fora dele.

Algumas dessas paixões guiam minha vida, como o que eu sinto pela minha família.

Outras eu uso como instrumento. Meu trabalho é o meio pra eu viabilizar as coisas que eu e minha família queremos, que gostamos. Não me acho melhor do que ninguém por causa da minha profissão, não me acho melhor do que ninguém dentro da minha profissão. Sou bom no que faço (e sei disso), mas não desmereço ninguém pra aumentar eventuais diferenças e, mais que tudo, sei meu lugar! Não tenho pretensões milionárias (não seria nada mal) e nem deixo a proximidade com celebridades e pesudocelebridades me iludir e me encantar a ponto de ignorar amizades verdadeiras.

Tenho paixão por esportes. Gosto de absolutamente todos os esportes, até os mais improváveis. Como toda criança, já joguei bola, já nadei ... Já joguei volei na época da geração de prata. Finalmente descobri (em 1995) o que realmente gosto de fazer nessa área: nadar, pedalar e correr. Como dizia no meu moribundo orkut: TUDO JUNTO E NESSA ORDEM.

Tem coisas que não consigo entender.

Como pode uma paixão por um esporte guiar a vida de indivíduos (alguns inteligentes) e fazer desses indivíduos pessoas ignorantes, dizer coisas ignorantes e ter atitudes ignorantes.

Sou tricolor. Já vi meu time ganhar todos os campeonatos que disputou. Já fiquei acordado de madrugada pra ver jogo. Já xinguei, já torci de pé no sofá porque não dava pra ficar sentado, de tão nervoso.

Quando querem me atacar, sou viado, bambi.

O fato de torcer por um time me faz homossexual? E se fosse? Conheço alguns e gosto muito deles, sem que isso coloque em dúvida qual minha orientação.

Por isso não vejo mais futebol. Quem faz o futebol (jogadores, dirigentes e torcedores) não me fazem querer que eu perca meu precioso tempo.

Ontem o Morumbi foi vetado pela 4ª vez pela FIFA. Tem gente comemorando porque o estádio do São Paulo (e DE São Paulo) foi vetado. O "narrow mind" é tamanho, que faz pessoas esquecerem que vamos perder a chance de abrir a copa, independente do palco. Eu gostaria MUITO de levar minha filha à abertura de uma copa do mundo.

Agora.....Imagine a cena:

A partir de agora, quem tiver a bike CALOI ou correr com tênis BAMBA (pra não ofender ninguém) vai ser bambi na linha de largada da próxima etapa do troféu Brasil.

Já imaginou neguinho se estapeando porque vai torcer pro Fábio Carvalho e outro pro Virgílio ou ainda, porque o outro começou a cantar: "puta que o pariu...é o melhor nadador do Brasil....Shiro" (musiquinha frequente em estádios, não com o Shiro como protagonista, claro..)

Olha a diferença:

Largada do ironman Brasil. Seus idolos e você...lado a lado. Ninguém vai furar o olho de ninguém porque o cara do seu lado vai chegar na sua frente. Sua família tá na praia, torcendo muito por você e te esperando na chegada. Correndo com você, por que não?

Cena triste e comum num jogo de futebol. Esse cara volta pro estádio? Por que tem uma cerca gigante dividindo o campo do jogo e o público?

Torcer por um time virou meio de ataque pessoal. E tem gente que esquece que NADA do que acontece dentro do campo muda sua vida. Seu time perdeu...pena, mas você continuar tendo que acordar pra ir trabalhar, seu salário não baixou ou subiu....

Paixões...

Podem motivar a grandes realizações....

Podem fazer de você uma pessoa ignara....