domingo, 16 de dezembro de 2012

O Fim

Em 31 de dezembro de 2009 eu escrevi o primeiro post deste blog, O Início

Eu o leio e releio com muitas saudades neste momento.

Talvez eu tenha que discordar do grande Amyr Klink. O mais difícil talvez não seja o início,  mas sim o fim.

Mas acontece que tudo tem começo e se começa, um dia acaba...já dizia a letra da música.

Escrever esse blog me proporcionou um E-N-O-R-M-E prazer. Pode ser que ao longo do percurso, eu tenha perdido um pouco a essência do que eu planejava, que era simplesmente contar como alguém normal chegaria até o fim de um Ironman.

E eu cheguei.

E foi legal DEMAIS.

Não encontrei o pote de ouro atrás da linha de chegada. Não houve uma mudança radical na forma de agir e pensar. Até gostaria de ter me tornado mais paciente e menos ansioso, mas não aconteceu. Aprendi a ser mais organizado em relação aos meus horários. Aprimorei a minha disciplina. De resto, o maior legado talvez tenha sido o envolvimento familiar em torno de um sonho. Voltei a treinar após 6 meses do nascimento da da Júlia, o que significa que desde sempre, ela me viu saindo ou chegando de algum treino. Isso deve influenciá-la de alguma forma. Não deve ser por acaso o fato dela gostar e pedir para participar de provinhas infantis. A mesma coisa com o Guilherme, que foi gerado em meio ao bochicho do Ironman Brasil, a minha mais bonita recordação deste "feito heróico", como eu chamei lá atrás no primeiro post. Não posso esquecer dos bons amigos que tenho nesse meio, muitos deles por causa desse blog.

Fico extremamente feliz ao perceber que o que eu escrevi até hoje foi visto por pessoas (aqui e ao redor do mundo) que fazem o nosso esporte acontecer. Ninguém em especial, ou melhor, todos em especial. Quero dizer que não precisa necessariamente ser O ATLETA DE PONTA, mas sim pessoas como eu ou você, que lê agora. Nós fazemos o esporte acontecer.

E por que acabar com o blog?

Porque o objetivo do blog há tempos foi alcançado. Espero que o que eu tenha vivido sirva de alguma forma para todos aqueles que sonham em fazer um ironman. Eu gastava HORAS e HORAS procurando blogs com a experiência alheia. Que a minha seja exemplo para aquilo que se deve e também para o que não se deve repetir. Cometi alguns erros e também muitos acertos. Está tudo aí  no blog. É só garimpar.

Porque não sei se vou poder continuar a me dedicar ao triathlon como venho me dedicando. Consequentemente, não sei se vou conseguir manter meus planos de provas pra 2013 e muito menos o Ironman 2014.

Há algumas semanas, na verdade quando desisti da P5, percebi que minha esposa ficou triste por me ver abrindo mão de alguma coisa que esperei tanto. Ela disse que parecia que isso (o triathlon) não tinha mais a importância que tinha até junho de 2011.

Ela não estava errada. Acho que temos que dar prioridades e graus de importância pra tudo o que fazemos. No período entre 2010 e 2011, o Ironman teve uma importância até exagerada. Era o primeiro. Era um sonho. Depois, passou a ter a importância que deve ter. Se eu perder um, dois, três dias...a semana inteira de treinos porque tenho trabalho a fazer, porque o filho está doente, porque a filha tem apresentação na escola ou simplesmente porque eu quero acordar junto da minha família e tomar café da manhã com eles....não vai fazer a menor diferença. Tem que se dar a importância devida pra cada coisa.

É preciso lembrar que o que é importante pra mim pode não ser pra quem me lê.

2012 foi um ano muito difícil e emocionalmente intenso. Ganhei muitos cabelos brancos pra acompanhar os que já existiam. Minha última semana me faz acreditar que muitas mudanças e (re)adaptações são esperadas pra 2013. Pode ser ruim....pode ser bom. O tempo vai dizer. Também por isso, imagino que vou ter que abrir mão de algumas coisas. Como disse, questão de prioridades. 

Não tenho palavras pra agradecer o apoio e companheirismo da minha mulher e da minha filha (mais recentemente, do meu molequinho também) nesses 3 anos. Nunca vi o triathlon (leia-se Ironman) como esporte individual. Em cada largada que eu dou, carrego eles comigo, assim como em todos os treinos e horas que passo longe deles.

Pra todo o resto que me acompanhou até hoje, nada menos que meu MUITO OBRIGADO.

A gente se vê por aí, nas provas e nos treinos.

Outras linhas de chegada virão, mas esta foto representa o "objetivo cumprido" do blog.
Foi tudo MUITO legal!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Nós no Arrastão

Não dar o peixe, mas ensinar a pescar.

Esse é a filosofia do Projeto Arrastão.

No final da década de 60, voluntárias reuniam mulheres de bairros carentes da zona sul para ensinarem atividades artesanais que gerassem renda. O projeto nasceu pela necessidade destas mulheres em deixar seus filhos em algum lugar durante as reuniões. Ao longo dos anos que se passaram, tornou-se em uma rede de cidadania com atividades pedagógicas, sociais e culturais.

Vive da doação de recursos. E como "quem não é visto, não é lembrado", todo ano a MPR ajuda e organizar e divulgar um evento que reverte toda renda arrecadada com as inscrições, para o Projeto. Além de colocar a entidade "na vitrine" para ser vista e lembrada, o valor arrecadado é quase 20% do que ela consegue arrecadar todos os anos.

Já estou na MPR desde maio de 2010. E demorei todo esse tempo pra participar.

Só eu não. A família toda.


Corrida Infantil (de 50 a 300m), Caminhada de 3 Km e Corrida de 6 Km, dentro do estádio do Pacaembú e praça Charles Miller, final de tarde, final de primavera, horário de verão.

Na verdade, a corrida era a desculpa ideal pra fazer a Vi se motivar a continuar correndo.

Ela é a rainha do "fogo de palha". Fica toda empolgada em toda a linha de chegada nas provas que vai me ver. Até chegou a começar a treinar em uma época, mas desistiu antes de cruzar o "point of no return", aquele ponto no qual não importa o que aconteça, a corrida (ou o triathlon no meu caso) faz parte da sua vida.

Desta vez decidi colocar uma meta logo de cara. E acho que deu certo.

Dedicada e empolgada quando percebeu que não precisa ser uma ATLETA pra sentir a evolução.

A Júlia já era experiente. Só estava muito ansiosa pra colocar a camiseta da prova e o "como é que chama aquele negócio que põe no tênis mesmo?" (chip de cronometragem) no pe'. Além disso, a maior preocupação era se ela iria ganhar "fruta" junto com a medalha....hahahahah.

Correu bonitinha. Nessa hora o coração do pai coruja não cabe no peito. Saiu toda orgulhosa com a medalha.....e com a maçã e a banana que pegou na tenda depois da linha de chegada.


A corrida e a caminhada saiam juntas.

A Vi ia correr até onde aguentasse. Talvez uns 5 km.

Minha missão era fazer com que ela não andasse. Segurar no começo (descida de leve) e dar aquele empurrão nas subidinhas.

Perto do 3º km, o Pedro Fernandes passa pela gente, também dando pace pra namorada. Já meio vermelha e checando o coração no relógio a cada minuto, a Vi pergunta: "pra vocês (Pedro e eu) não está nem fazendo cócegas??? "Como não Vi? Estou suando". hahahahha. Sorry Vi, não faz não.

E passou rápido. Foi gostoso. Quando cruzamos o 5º km, que acredito que era o objetivo dela, eu comecei a incentivar, falar que agora ela não iria parar por nada. Acho que minha companhia deu o apoio que ela precisava. Não só no final, mas durante toda a corrida.

Ela entrou no estádio para os último 400m e na reta final deu um tiro me chamando pro pau. Engraçadinha.

Não sei se o "point of no return" dela foi ultrapassado, mas correr com mulher e filha me deu um enorme prazer. Por 4 horas, me fez esquecer de um monte de coisas que estava precisando deixar de lado.

Agora preciso achar um outro objetivo rápido, pra não deixar o fogo de palha se acabar.

A pequena já quer saber quando é a próxima.


Ahhh, e quem estava com a buzina nas mãos dando cada uma das largadas e falando pouco, como de costume, era o MPR em pessoa! Cara gente finíssima!


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Aposentadoria


A Chrissie Wellington se aposentou.

Tá. Só quem vive o dia-a-dia de um atleta de alto nível pode saber o quanto é duro, o quanto se tem que abrir mão das coisas., o quanto o corpo reclama diante de lesões acumuladas.

Mas em tempos de "caça às bruxas", isso me lembra muito o anúncio da aposentadoria do Ian Thorpe.

Tá mal explicado.

A mulher (acho que é isso que ela é...se até o final do post  ninguém provar que ela veio de outra galáxia) apareceu do nada. Ganhou Kona sem ninguém nem saber de onde ela era. Depois ganhou de novo....e de novo. Em outro ano, com a bike alinhada na transição e todos já prontos pra entrar na água, ela solta um comunicado dizendo que não vai aparecer. Mais pra frente ela é atropelada dias antes da prova e numa reação espetacular na maratona, chega em primeiro lugar. Este ano não apareceu de novo.

Ela realmente é de outro planeta. Ou não é?

Apareceu de um dia pro outro. Retirou-se da mesma forma.

Estou com uma coceirinha atrás da orelha esquerda.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Ontem, Hoje e Amanhã

Há 10 anos:


Hoje:




E no futuro? Quem sabe?

Um palpite....difícil trocar de marca daqui pra frente.

Engraçado....nas duas fotos está chovendo...hahahahahaha.