domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ele Fez DE NOVO!

Sabe o que é triste?

No país das olimpíadas de 2016, nesta manhã de domingo as 9:22, um dos principais portais da internet ainda não mencionou uma linha sobre a vaga conquistada por uma atleta brasileira para a maratona dos jogos de Londres.

Ao mesmo tempo, existem fotos de uma big brother seminua em uma festa que certamente aconteceu depois da prova realizada em Tóquio, Japão, ocorrida às 21:30 deste sábado, horário de Brasília.

A atleta é a Adriana Aparecida da Silva, campeã panamericana em Guadalajara. 

Ainda uma desconhecida de quase todos (na época do pan era desconhecida de TODOS), provou que aquela medalha foi mais que um mero acaso ou resultado de um nível mediano das competidoras naquela prova continental.

Esta atleta é treinada por um tal Cláudio Roberto de Castilho, também um desconhecido de quase todos, mas que é muito respeitado no meio, considerado um técnico de ponta e aos poucos recebendo a merecida notoriedade.

Poucos sabem que ele já esteve nos jogos olímpicos. Foi em Pequim 2008, treinando o José Teles. Dos três maratonistas brasileiros, era o menos badalado mas o único que terminou. Certamente ele concluiu a prova com tempo acima do seu potencial, em 2:20', em 38º lugar entre os homens. O clima ajudou pouco os atletas naquela ocasião. Mas seu comprometimento com patrocinadores, com seu treinador e com as pessoas que torciam pelos brasileiros naquele dia, fez com que fosse até o fim. Não se pode falar o mesmo dos demais maratonistas brasileiros naquele dia, apesar de serem consagrados e badalados.

E ele fez de novo!

O índice A para a maratona feminina de Londres estipulado pela IAAF era 2:37'. Se ninguém alcançasse esta marca, valeria o índice B, de 2:43'. A CBAt fixou um índice bem abaixo, em 2:30'07". 

Até hoje somente Márcia Narloch com 2:29'59" e Carmen Oliveira com 2:27'41" (atual recorde sulamericano) tinham corrido abaixo deste índice.

A magrela, como o Claudião a chama, não por acaso com seus 44 Kg que sinceramente parecem uns 10 a menos, fez em 2:29'17". Acima do esperado pelo exigente mestre, mas que a credencia para a maratona olímpica com o segundo melhor tempo do atletismo brasileiro nesta modalidade.

Isto não é obra do acaso. Aptidão física? Claro. Mas potência sem controle não é nada, certo? (comercial da Pirelli, eu acho).

Em 2005 a Adriana operou o pé. Talvez resultados de treinos mal programados, mal aplicados, quem sabe. Eu não sei. Também não conheço sua história. Estive com ela em duas oportunidades. Na primeira uma desconhecida de todos. Na segunda, com a medalha panamericana no peito.

Fato é que ela caiu nas mãos da pessoa certa. Mais uma vez, tenho grande orgulho de participar da trajetória deste cara.

Estarei na torcida no dia da maratona feminina em Londres. Pódio? Medalha? Quem sabe? Difícil, mas nunca impossível. O importante é chegar lá e dar o melhor, assim como o Teles fez em Pequim.



Assim são os atletas do mestre Cláudio! Não importa se profissionais e ou amadores em sua assessoria.

E a cada dia cresce a vontade de fazer o caminho inverso. Vontade esta já comunicada diretamente a ele.

Quem sabe uma das nossas conversas um dia não vire realidade, não é mesmo Nego? Juntar expertises, como você disse. Quem sabe...

Mas isso é uma outra conversa. 


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