Não dar o peixe, mas ensinar a pescar.
Esse é a filosofia do Projeto Arrastão.
No final da década de 60, voluntárias reuniam mulheres de bairros carentes da zona sul para ensinarem atividades artesanais que gerassem renda. O projeto nasceu pela necessidade destas mulheres em deixar seus filhos em algum lugar durante as reuniões. Ao longo dos anos que se passaram, tornou-se em uma rede de cidadania com atividades pedagógicas, sociais e culturais.
Vive da doação de recursos. E como "quem não é visto, não é lembrado", todo ano a MPR ajuda e organizar e divulgar um evento que reverte toda renda arrecadada com as inscrições, para o Projeto. Além de colocar a entidade "na vitrine" para ser vista e lembrada, o valor arrecadado é quase 20% do que ela consegue arrecadar todos os anos.
Já estou na MPR desde maio de 2010. E demorei todo esse tempo pra participar.
Só eu não. A família toda.
Corrida Infantil (de 50 a 300m), Caminhada de 3 Km e Corrida de 6 Km, dentro do estádio do Pacaembú e praça Charles Miller, final de tarde, final de primavera, horário de verão.
Na verdade, a corrida era a desculpa ideal pra fazer a Vi se motivar a continuar correndo.
Ela é a rainha do "fogo de palha". Fica toda empolgada em toda a linha de chegada nas provas que vai me ver. Até chegou a começar a treinar em uma época, mas desistiu antes de cruzar o "point of no return", aquele ponto no qual não importa o que aconteça, a corrida (ou o triathlon no meu caso) faz parte da sua vida.
Desta vez decidi colocar uma meta logo de cara. E acho que deu certo.
Dedicada e empolgada quando percebeu que não precisa ser uma ATLETA pra sentir a evolução.
A Júlia já era experiente. Só estava muito ansiosa pra colocar a camiseta da prova e o "como é que chama aquele negócio que põe no tênis mesmo?" (chip de cronometragem) no pe'. Além disso, a maior preocupação era se ela iria ganhar "fruta" junto com a medalha....hahahahah.
Correu bonitinha. Nessa hora o coração do pai coruja não cabe no peito. Saiu toda orgulhosa com a medalha.....e com a maçã e a banana que pegou na tenda depois da linha de chegada.
A corrida e a caminhada saiam juntas.
A Vi ia correr até onde aguentasse. Talvez uns 5 km.
Minha missão era fazer com que ela não andasse. Segurar no começo (descida de leve) e dar aquele empurrão nas subidinhas.
Perto do 3º km, o Pedro Fernandes passa pela gente, também dando pace pra namorada. Já meio vermelha e checando o coração no relógio a cada minuto, a Vi pergunta: "pra vocês (Pedro e eu) não está nem fazendo cócegas??? "Como não Vi? Estou suando". hahahahha. Sorry Vi, não faz não.
E passou rápido. Foi gostoso. Quando cruzamos o 5º km, que acredito que era o objetivo dela, eu comecei a incentivar, falar que agora ela não iria parar por nada. Acho que minha companhia deu o apoio que ela precisava. Não só no final, mas durante toda a corrida.
Ela entrou no estádio para os último 400m e na reta final deu um tiro me chamando pro pau. Engraçadinha.
Não sei se o "point of no return" dela foi ultrapassado, mas correr com mulher e filha me deu um enorme prazer. Por 4 horas, me fez esquecer de um monte de coisas que estava precisando deixar de lado.
Agora preciso achar um outro objetivo rápido, pra não deixar o fogo de palha se acabar.
A pequena já quer saber quando é a próxima.
Ahhh, e quem estava com a buzina nas mãos dando cada uma das largadas e falando pouco, como de costume, era o MPR em pessoa! Cara gente finíssima!
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