Hoje eu pedalei 60 km.
Ok, qual a façanha nisso?
Houve um tempo que qualquer distância no pedal maior que 30 km era LONGÃO. Hoje em dia, esse é um treino de um dia de semana e, convenhamos, não sou atleta na concepção da palavra. Minha profissão é outra. Moro em São Paulo, um lugar que facilmente anda-se - de carro, por ruas esburacadas e congestionadas - mais de 50 km por dia. Não me sobra MUITO tempo pra ser um ATLETA....mas me equilibro na corda bamba...todos os dias!
Então por que estou contando isso?
Bom, poderia ser porque o inverno resolveu dar as caras e temos tido dias de frio e garoa. Fiz meu treino no rolo. Sessenta quilômetros estacionado, vendo rigorosamente a mesma paisagem por quase 2 horas.
Falando assim, estaria cometendo uma ENORME injustiça. Foi o treino "estacionado" mais divertido que já tive. Fui de carona pra cidades no interior e litoral de São Paulo, conheci pessoas, nadei em rios, lagos revoltos ao redor do mundo, treinei como um doido no frio e finalmente atravessei o Canal da Mancha, a nado. E o melhor, com o recorde latino americano!
Calma, não fiquei doido. Não tinha nada ilícito nas minhas garrafinhas de água.
Minha companhia de pedal hoje foi a Ana Mesquita, através do seu livro, A Travessura do Canal da Mancha.
Lendo o blog da Ana, vi um post dela que dizia ter encontrado o Cielo no Pinheiros e ela ficou espantada de estar diante do cara mais rápido do mundo....uma pessoa que parecia TÃO normal!
Então, é esse gancho que eu vou pegar.
O fato é que me identifiquei demais com O QUE ela contou e COMO ela contou.
O motivo que a levou a uma coisa dessas (um "porque eu quero" cai muito bem), os "complexos de inferioridade" em insistir em olhar pra outras pessoas, as vezes aparentemente mais fortes, mais preparadas e achar que seu objetivo está muito além de suas forças, o "casamento" entre o sonho e o objetivo. Enfim, coisas que eu estou vivendo intensamente na minha busca.
Durante a leitura do livro, fiquei emocionado várias vezes. Uma delas logo no começo, quando ela conta que escrever o livro da forma como ela lembrava, fazia dela uma pessoa mais feliz, com mais esperança em lembrar de tempos mais felizes. Exatamente o que eu escrevi no comecinho desse blog: que queria fazer dele um diário pra que eu nunca esquecesse de um tempo que quero muito me lembrar: o caminho percorrido pra se chegar a um objetivo é na verdade a própria recompensa!
Mas, talvez o que mais me inspirou pra esse post foi outra coisa.
Assim como a Ana, todos nós temos nossos ídolos. Ela lista os ídolos dela numa passagem do livro: O Ricardo Prado, o Guga, o Oscar "mão santa", o Senna. TODOS, sem dúvida, meus ídolos também.
Disse que esse blog seria um testemunho de como essa experiência iria mudar minha forma de pensar. Pois eu acredito ter encontrado a minha primeira grande conquista dessa busca e foi algo melhor do que eu poderia imaginar:
Ídolos de verdade.
Pessoas que, assim como o Cielo para a Ana, parecem tão normais, como eu ou você, mas que dentro dessa normalidade toda, têm TANTO à ensinar. Muito mais do que ídolos vazios, tão comuns hoje em dia (claro que NENHUM dos acima são vazios pra mim).
Por toda inspiração que sua RICA experiência vai me dar, valeu Ana.
Alguns pretendentes a ironman têm como livro de cabeceira o Becoming an Ironman. O meu é o A Travessura do Canal da Mancha. Não tanto por dicas de como se fazer a prova, afinal não vou cruzar o Canal, mas por todas as coisas com as quais me identifiquei TANTO, como ser humano.
Outra "ídala" de carne e osso também leu o livro e já me disse que vai blogar sobre as impressões dela! Vale sempre a pena ler o blog da Cláudia.
Pra quem se interessou: A Travessura do Canal da Mancha, por Ana Mesquita. Editora Grua.
Recomendadíssimo, mesmo que você não faça absolutamente nenhum esporte.
Oi Daniel!
ResponderExcluirQue legal a gente ter escrito sobre o mesmo livro, a mesma pessoa, com enfoques diferentes, mas complementares. Eu não tinha pensado sob esta ótica, das pessoas "normais", dos ídolos de verdade. Gostei do que vc disse. E acho que a gente tem sempre de batalhar para ser "ídalo" das pessoas. Ou seja, ser alguém em que os outros podem se espelhar, um bom modelo, uma pessoa generosa, "do bem". Ainda que seja no âmbito da família e dos amigos mais próximos. Legal! Me fez pensar!
Obrigada!!! beijão
Eu nunca fui muito boa em esportes. Porém, tenho total consciência da importância dos exercícios físicos na nossa vida, então vivia alternando entre uma atividade e outra, tentando encontrar em alguma delas o mínimo de prazer. Fazia um pouco de musculação, logo enjoava, depois natação, não gostava, e assim ia... Todo mundo me dizia que se eu fizesse alguma atividade física por pelo menos 3 meses, depois eu iria me acostumar e sentiria falta dela. Eu fazia 3 meses, 6 meses e não acostumava nada, parava e não sentia a menor falta...
ResponderExcluirAté que um dia pedi para uns amigos me passarem o contato da assessoria de corrida deles. Como era ao ar livre, achei que pelo menos eu podia tentar caminhar com eles.
Levei o meu marido junto, para me animar. Lembro que no primeiro dia já disse para o treinador: “eu vim só para caminhar, nunca corri e não gosto de correr”. Comecei caminhando, mas em menos de um mês já alternava corrida com trote. Em 3 meses já estava inscrita para 2 provas de 5km. Depois fiz uma prova de 10km aqui em SP, em abril do ano passado fiz a minha primeira prova internacional e adorei ! (corri os 10km na maratona de Santiago)
Foi somente agora, depois dos 40 anos, que consegui me apaixonar por um esporte, sentir real prazer em uma atividade esportiva. Gosto do grupo de amigos, dos nossos treinos, do prazer que a corrida proporciona e realmente agora sinto falta quando paro de correr.
Devo muito à minha assessoria (Saúde & Performance), acho que o profissionalismo e o incentivo do Cláudio Castilho e da equipe são essenciais para nosso desenvolvimento.
Sou uma pequena corredora, perto de um monte de grandes corredores. Mas eu não me importo, isso só me incentiva.
E foi o livro da Ana que me ajudou mais ainda que temos que lutar para vencer nossas barreiras.
Oi Dora.
ResponderExcluirQue legal o que você escreveu. Também devo muito ao Cláudio, muito antes até de existir a Saúde & Performance. Ele foi uma das pessoas que me fez sair das aulinhas de natação e mostrou um mundo diferente, de treinamento, de competições, mas também de amizades em torno da atividade física. Minha saída da S&P não foi fácil. Sofri muito até conseguir falar com ele e sei que ele não "aceitou" TÃO na boa como ele quis me fazer acreditar
É muito legal a gente estabelecer esses objetivos e ir conseguindo supera-los: conseguir começar a correr, depois os 5 km, 10 km, são silvestre, meias, maratonas inteiras e por aí vai!
Nunca desista!