segunda-feira, 20 de junho de 2011

Os Dias Seguintes

Fiquei assustado ao ver que o último post foi em 10/06.

Não vai ser difícil entender o por quê.

Cruzar a linha de chegada do Ironman da forma como eu fiz, ou seja, com tudo dando muito certo, dentro ou melhor do que o previsto, tirou um peso enorme de cima dos ombros e me fez ver as coisas com maior clareza.

É uma prova. É um esporte.

Isso em absoluto quer dizer que tenha tido qualquer tipo de decepção. Não, pelo contrário. Estou orgulhoso demais. Eu sou um IRONMAN!

Mas isso, como eu já suspeitava, não mudou minha vida. 

Basta uma pessoa ter um mínimo de organização e certa estabilidade familiar e financeira, além de muita força de vontade e determinação para ser um Ironman. Não somos semideuses!

Passado todo o stress dos treinos e a emoção da prova, já dá pra falar o que eu pretendia no grande dia. Antes da prova achei melhor não me expor. Odeio gente cornetando! E olha que, apesar de ser só uma prova, só um esporte, amador por sinal, tem muita gente que corneta.

Plano A: Seria o melhor dos mundos. Natação em torno de 1 hora, bike com média de 32 km/h e corrida em cerca de 3:45'. Transições somadas dariam 10'. Somando tudo isso, daria umas 10:40'. Achava muito difícil, mas não impossível.

Plano B: O que eu sei que conseguiria sem sair muito da zona de conforto. 11 horas no total.

Plano C: Chegar a qualquer custo.

Todo mundo sabe em quanto tempo eu fiz. Tá na foto à direita do post. Foi melhor que o plano A. Exatamente por isso, fiquei tão feliz e orgulhoso.

Não tem segredo. Não tem mistério. Eu treinei pra isso. Eu fiz tudo certo. Controlei tudo o que eu podia controlar. Não briguei com o que eu não podia.

Tem muita gente que foi melhor. Muito melhor. Resultado de maior aptidão física e principalmente MUITO trabalho duro. Parabéns. Não invejo ninguém que chegou na minha frente. Pelo contrário. Admiro e na medida do possível, vai servir de exemplo. Não sei se consigo me dedicar mais do que me dediquei. Se mantiver o ritmo e a disciplina, a melhora do tempo é inevitável, mas acredito que o PULO DO GATO vem de outra forma. Muito mais entrega. Muito mais treino. E eu tenho família, emprego. Até um certo ponto, as coisas se encaixam. Depois, fica incompatível.

Apesar de toda essa análise bem crítica, bem pouco emocional, o dia seguinte à prova foi especial.

Acordar em Floripa, de férias é bom demais.

Acordar Ironman, em Floripa e de férias, é melhor ainda.



Praia, passeio com a família. Finalmente vinhozinho (no almoço, no jantar e em muitos outros dias que vieram depois). Pena que durou pouco.

Hora de ir embora. Voltar à realidade. Precisava entregar o apartamento antigo à nova dona, mesmo o novo ainda em obras.

O grande choque de realidade foi mesmo quando chegamos em SP. 

    Por mais que as coisas já estivessem em grande parte encaixotadas e organizadas, havia um mundo de pequenas coisas para serem guardadas. Não foi fácil.

Foi tudo tão cansativo que na quinta feira depois da prova, minha vontade de treinar era enorme. Tudo isso potencializado pela saudade da rotina de treinos (mesmo os mais duros) diante da incerteza de quando iria mudar pra casa nova, de não ter a própria casa.

Fui para os meus pais. 

Ok. É minha casa. Foi minha casa por mais de 30 anos. Mas à partir do momento que você sai de casa e toma conta da própria vida, é difícil voltar. Foi mesmo difícil.

O trabalho também não contribuiu. Desde que voltei de férias, tenho entrado cedo, saído tarde.
Como o tempo tem estado tipicamente de outono, com sol e muito seco, olhar o final de tarde pela janela e imaginar que há cerca de 1 mês, esse seria o horário de treino no Villa Lobos, dá uma certa nostalgia.

Mas enfim, são fases. Ainda bem que isso não aconteceu antes do Iron.

Próximos desafios? Sim. Penha em agosto e Floripa de novo em 2012.

Sou um dos quase dois mil "determinados" que conseguiu a inscrição pro ano que vem. Quem esperou muito, perdeu!

Fiquei irremediavelmente contaminado pelo vírus do Ironman.


Quem sabe no ano que vem, com um time maior.







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